Publicado em: 05/12/2013 às 10:20hs
A China está aberta para todas as iniciativas de livre comércio e livre investimento, disse ao Valor o ministro de Comércio da segunda maior economia do mundo, Gao Hucheng, sinalizando a urgência de Pequim em negociações de liberalização. O ministro defende, na conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), um acordo global de comércio mesmo modesto, enquanto vê seu parceiro indiano causar problemas e ameaçar com o fiasco das negociações.
Oportunidades - Gao Hucheng deixa claro que Pequim vai aproveitar todas as oportunidades que facilitem seus negócios. Lembrou que a China está negociando um acordo de livre comércio com a Coreia do Sul e também tem negociação com países da Associação dos Países do Sudeste Asiático (Asean). Tampouco exclui uma futura discussão para entrar na Parceria Transatlântica (TPP), que é o acordo liderado pelos EUA com outros 12 países da Ásia Pacífico, que tem sido apresentado como uma iniciativa americana para se contrapor ao poderio chinês na Ásia.
Compatibilização - "Queremos compatibilizar tudo com as regras da OMC", disse o ministro chinês. "Durante a crise financeira e econômica, graças a essas regras da OMC não tivemos o protecionismo que devastou consideravelmente a economia mundial em outras ocasiões."
Queixa - Nesta terça-feira (03/12), enquanto discutia liberalização em Bali, Pequim anunciou que abriu uma queixa contra os EUA na OMC, em Genebra, por causa de metodologia antidumping americana contra produtos chineses. É o oitavo caso aberto pela China contra medidas de defesa comercial adotadas pelos EUA, sendo quatro somente este ano.
Abertura de mercado - No espaço de quatro meses, a China também começou discussões para abrir seu mercado de US$ 9 trilhões com seus dois maiores parceiros comerciais, a União Europeia e os Estados Unidos.
Urgência - Para alguns analistas, a busca de tratados de investimentos é motivada não apenas pela necessidade de proteger os interesses de suas companhias no exterior. Há também maior urgência pelas reformas baseadas no mercado, na medida em que Pequim move seu modelo econômico de exportação e pesados investimentos, que gerou um rápido crescimento por três décadas. Na semana passada, Gao Hucheng defendeu maior acesso de empresas estrangeiras no mercado chinês. Para isso, o ministro prometeu acelerar a unificação das leis para investidores locais e estrangeiros.
Análise - Parceiros asiáticos analisam as reformas anunciadas recentemente pelo Partido Comunista chinês. Analistas julgam que os mais óbvios beneficiários de uma virada da China para consumo privado serão os países que exportam bens de consumo. Atualmente, somente 4% das importações chinesas são bens de consumo, comparado a 20% no caso do Japão. Os maiores exportadores desse tipo de produto para o mercado chinês são Hong Kong, Vietnã, Nova Zelândia, Cingapura e Tailândia.
Fonte: Ocepar
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