Publicado em: 11/10/2013 às 19:40hs
A participação brasileira na maior feira de alimentos e bebidas do mundo, Anuga 2013, realizada de 5 a 9 de outubro em Colônia, Alemanha, resultou em negócios da ordem de US$ 1,1 bilhão entre os imediatos e os esperados para os próximos doze meses. As 73 empresas participantes da ação tiveram 8.900 reuniões com compradores e distribuidores de diversos países, principalmente da Europa, Oriente Médio e Ásia. Pelo menos a metade, foram novos contatos.
"A feira Anuga é um termômetro do mercado mundial de alimentos e bebidas, e este resultado mostra não apenas que o mercado mundial está se recuperando, mas também que as empresas brasileiras estão mais competitivas e respondendo bem às demandas dos consumidores com inovação, tecnologia e investimento no posicionamento de seus produtos", disse o presidente da Apex-Brasil, Mauricio Borges.
O Brasil marcou presença na feira com diversos produtos, incluindo biscoitos, balas e chocolates, carnes bovina, suína e de frango, sucos de frutas, castanhas, bebidas como cachaça, vinho e energéticos, entre outros distribuídos por 1.500 m². Além dos estandes individuais, os exportadores brasileiros receberam convidados em três espaços de relacionamento - uma churrascaria, uma galeteria e o Brazilian Boteco. Nesses locais, foi realizada a degustação de produtos brasileiros, uma programação cultural e mini-palestras sobre os setores de carne bovina, carne de frango, biscoitos e cachaça.
Setores
O setor de frango participou com 16 empresas em uma área de 400 m², onde funcionou também a galeteria Brazilian Chicken. A União Brasileira de Agricultura (UBABEF) lançou na feira o novo vídeo da campanha internacional da carne de frango brasileira, que exalta a alegria brasileira como um dos valores percebidos pelo consumidor internacional, além da qualidade, da segurança sanitária e da sustentabilidade.
"A Europa é o segundo maior mercado comprador da carne de frango brasileira, e as empresas que estão na Anuga 2013 são responsáveis por 90 % dessas exportações. Esta é uma feira marcante para nós, que recebemos também compradores de outras regiões, como o Oriente Médio, que compra 1/3 do frango brasileiro", disse Francisco Turra, presidente da UBABEF.
O setor de carne bovina também teve uma participação importante na feira, com o número recorde de 15 empresas. "Nossas exportações estão crescendo e, sendo a Europa um mercado importante para a carne bovina brasileira, a presença das empresas sob a marca Brazilian Beef é um reforço indispensável para que o mercado responda bem às nossas iniciativas", comentou o diretor da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), Fernando Sampaio. "A Europa já foi o maior mercado importador de carne brasileira e hoje ocupa o terceiro posto no ranking de compradores dos nossos produtos. Com a conquista de eficientes sistemas de controle sanitário, monitoramento e rastreabilidade animal, esperamos ampliar nossa participação nesta região", complementa o presidente da ABIEC, Antônio Jorge Camardelli.
Mesmo não exportando para a Europa, o setor de carne suína esteve na feira, com três empresas que fizeram contato com compradores de outros países visitantes. A Dalia recebeu cerca de 100 visitantes, sendo 60 novos contatos. A Alibem se reuniu com 70 compradores e distribuidores e a Cotrijui fez 80 reuniões de negócios, "todas importantes", segundo o representante da empresa, Alessandro Mayer.
Já o setor de balas e confeitos participou com cinco empresas que apresentaram cerca de 30 novos produtos. "Estar em feiras como essa estimula as empresas a inovarem e serem mais competitivas. As vendas externas dessas exportadoras crescem em média 5% depois da participação em uma feira como a Anuga", disse Solange Isidoro, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (ABICAB). A entidade também anunciou durante a feira, que o Brasil será o país parceiro da feira ISM, a ser realizada na Alemanha em janeiro de 2014. "Esta é a maior feira mundial do setor de balas e confeitos, e o Brasil estará em evidência, o que abre importantes oportunidades de negócios para nossas empresas", comenta Solange.
Cinco empresas representaram o segmento de biscoitos, com alguns lançamentos como produtos integrais, novos sabores e novidades em embagalens. Para Fernando Maruyama, gerente da Associação Nacional das Indústrias de Biscoitos (ANIB), a participação nas feiras traz benefícios extras, além do impacto nas exportações do setor - " a presença na maior feira de alimentos do mundo ajuda a qualificar a empresa em sua maturidade exportadora e a fortalecer a presença das marcas no mercado, além da oportunidade de encontro com compradores altamente selecionados e focados", disse.
Empresas
Joao Paulo Sattamini, diretor da Brasilbev, trouxe pela primeira vez à feira Anuga o energético Organique, feito com açai, guaraná e erva-mate. "Já exportamos o produto para os Estados Unidos, Canadá, China e Japão, e agora queremos entrar no mercado europeu, a partir da Alemanha, que é o maior consumidor de orgânicos da Europa", disse o empresário que também fez contatos com compradores do Oriente Médio, Rússia e Israel.
A Cereser participou da feira com o objetivo de ampliar presença no mercado árabe, com uma linha especial de espumantes não alcoólicos. "Fizemos reuniões com clientes que já temos no mercado e também com novos contatos, que certamente resultarão em bons negócios", disse Wagner Cruz, diretor da empresa.
A Bauducco lançou na Anuga uma linha de displays e embalagens de biscoitos desenvolvida exclusivamente para o mercado europeu, com produtos já preparados para a disposição no ponto de venda, diminuindo a necessidade de mão de obra. "Com essa inovação estamos conseguindo vender para grandes distribuidores, não somente na Europa, mas também no Oriente Médio e na Ásia, clientes com os quais só conseguimos começar a negociar depois de desenvolver esse tipo específico de display", afirma o diretor Edgar Matos.
Recém lançada na Alemanha, a linha Brazilian Soul, da vinícola Aurora, foi um dos destaques do pavilhão brasileiro. "Desenvolvido exclusivamente para o mercado internacional, o vinho é leve e com teor moderado de álcool, seguindo a tendência do mercado mundial", explica a diretora Rosana Pasini. O rótulo foi premiado este ano pela Associação Brasileira de Embalagem (ABRE), na categoria "competitividade internacional". A empresa recebeu 50 importadores na Anuga, com destaque para os vindos da Lituânia, Japão e Rússia.
Um dos lançamentos da feira foi a bala de frozen iogurte da Dori. A empresa esteve pela segunda vez na Anuga e espera ampliar o volume exportado para a Europa e para o Oriente Médio. "As feiras criam a oportunidade para podermos mostrar o produto, lançar novidades e, principalmente, fazer contato com novos compradores", comenta o gerente Carlos Assis.
Novos produtos tambem foram apresentados ao público pela Maricota, que lançou, na Anuga, o pão de queijo apimentado, desenvolvido especialmente para o mercado árabe, e uma versão bem brasileira, chamada Romeu e Julieta, com recheio de goiabada e requeijão. "Por termos um produto pouco conhecido, uma especialidade da culinária brasileira, precisamos do ambiente da feira para colocar o comprador em contato com essa novidade e degustá-la", disse o diretor de exportação Julio Ribeiro. A empresa já exporta pão de queijo para oito países do Oriente Médio, África, Europa e Estados Unidos, e fez contatos com novos compradores da Inglaterra, França e Alemanha.
"A feira nos permite reforçar a presença da marca e, ainda, acompanhar as inovações e tendências do mercado europeu em termos de embalagem, por exemplo", comenta Evandro Weber, presidente da cachaçaria gaúcha Weber Haus. Produtora de cachaça orgânica certificada, a empresa fez quase 50 contatos durante a feira, "oito com grandes possibilidades de resultarem em negócios, inclusive para novos mercados como Israel e Turquia", completa.
A cachaça também foi destaque, degustada em forma de caipirinha, no espaço de relacionamento do pavilhão brasileiro. O produto foi tema de uma das mini-palestras realizadas no Boteco. "A cachaça representa a história e a cultura brasileiras e tem obtido reconhecimento no mercado internacional como produto tipicamente brasileiro. Hoje, exportamos menos de 1% da produção nacional, e nosso esforço, juntamente com a Apex-Brasil, é no sentido de ampliar essa participação", disse o consultor do Ibrac Jairo Martins.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Apex-Brasil
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