Publicado em: 11/11/2025 às 18:00hs
O Brasil deu um importante passo nas exportações do agronegócio ao conquistar a habilitação dos primeiros estabelecimentos para vender DDG (grãos secos de destilaria) e sorgo à China. Foram aprovadas cinco plantas de etanol de milho e dez unidades produtoras de sorgo, em um movimento que reforça a parceria comercial entre os dois países e abre novas oportunidades para as cadeias de grãos e biocombustíveis.
As habilitações são resultado direto dos acordos fitossanitários firmados entre Brasil e China — o Protocolo Fitossanitário do Sorgo, assinado em novembro de 2024, e o Protocolo de Proteínas e Grãos Derivados da Indústria do Etanol de Milho, concluído em maio de 2025.
Esses acordos foram complementados pela finalização dos modelos de certificado fitossanitário, que garantem o cumprimento das exigências técnicas de ambos os países e consolidam a abertura do mercado chinês a novos produtos brasileiros.
Com mais de 60% da produção nacional concentrada na região Centro-Oeste, o Brasil produziu 4 milhões de toneladas de sorgo em 2024, segundo dados do IBGE. Desse total, 178,4 mil toneladas (cerca de 4%) foram destinadas ao mercado externo.
As dez unidades habilitadas estão distribuídas entre Mato Grosso (4), Minas Gerais (4), Rondônia (1) e Bahia (1).
A China, principal compradora mundial do cereal, responde por mais de 80% das importações globais de sorgo, movimentando US$ 2,6 bilhões em 2024. A nova autorização brasileira reforça o potencial do país como fornecedor competitivo e estratégico nesse segmento.
O DDG, coproduto do processamento do milho na produção de etanol, é amplamente utilizado na formulação de rações para bovinos, aves e suínos. O Brasil, que já ocupa a terceira posição no ranking mundial de produção de milho, exportou cerca de 791 mil toneladas de DDG em 2024, segundo dados do setor.
Com as novas autorizações, quatro plantas do Mato Grosso e uma do Mato Grosso do Sul estão aptas a exportar o insumo para a China. O país asiático importou mais de US$ 66 milhões desse produto no último ano, e tende a ampliar a demanda com a expansão da produção animal doméstica.
A abertura de mercado para DDG e sorgo cria um canal estável de exportação para o maior importador global de grãos e insumos para nutrição animal. Essa integração comercial amplia a previsibilidade dos contratos, estimula investimentos e fortalece o fluxo de exportações brasileiras nas próximas safras.
O avanço é resultado de trabalho conjunto entre o MAPA, a Adidância Agrícola e a Embaixada do Brasil em Pequim, com apoio do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e de representantes do setor privado, em total alinhamento com as exigências técnicas da autoridade chinesa.
Além do impacto econômico, a medida fortalece a agenda de sustentabilidade do agronegócio brasileiro. O aproveitamento de coprodutos como o DDG representa um exemplo de economia circular, transformando resíduos industriais em insumos de alto valor agregado para a indústria global.
Em 2024, a China consolidou-se como principal destino das exportações do agro brasileiro, com US$ 49,6 bilhões em produtos embarcados. A ampliação das habilitações reforça esse vínculo e reafirma o papel do Brasil como fornecedor estratégico de alimentos e energia limpa para o mundo.
Fonte: Portal do Agronegócio
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