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Argentina paga parcela e evita calote da dívida

Foi depositado US$ 1 bilhão, segundo comunicado do governo País havia ameaçado não pagar parcela, que venceria no dia 30


Publicado em: 27/06/2014 às 15:40hs

Argentina paga parcela e evita calote da dívida

A Argentina depositou nesta quinta-feira (26) o valor de US$ 1 bilhão como pagamento da parcela de sua dívida reestruturada que venceria em 30 de junho, evitando um calote a seus credores (investidores que compraram papéis da dívida do país). Na semana passada, o Ministério da Economia argentino havia informado que não pagaria a parcela, depois que o país perdeu uma disputa judicial nos Estados Unidos referente a outra parte da dívida.

"A República Argentina, em cumprimento ao contrato com os detentores dos títulos que aderiram ao acordo, procedeu o pagamento dos serviços de capitais e os juros", disse nesta quinta o ministro da Economia, Axel Kicillof, durante coletiva de imprensa.

Na semana passada, a Justiça dos EUA rejeitou uma apelação da Argentina para evitar o pagamento de US$ 1,33 bilhão a credores de fundos especulativos que não aceitaram a renegociação da dívida do país, no início dos anos 2000, ao contrário de cerca de 90% dos demais credores. Os credores que aceitaram a renegociação têm recebido do governo argentino pagamentos parcelados – a chamada dívida reestruturada. Foi uma dessas parcelas que o governo argentino pagou nesta quinta.

Entenda

O novo imbróglio argentino remonta à grave crise econômica e política de 2001, quando a Argentina anunciou um calote em sua dívida pública, que era de cerca de US$ 100 bilhões.

Quatro anos depois, no governo de Néstor Kirchner, o país tentou recuperar a credibilidade oferecendo, a quem havia sido prejudicado pelo calote, pagamentos com descontos acima de 70%. Mais de 90% dos credores aceitaram a proposta e, desde então, vêm recebendo esses pagamentos em parcelas. Os que não aceitaram, no entanto, recorreram a tribunais internacionais.

Em 2012, um dos casos, movido por fundos especulativos, recebeu uma decisão favorável da Justiça dos Estados Unidos, que determinou que a Argentina deveria pagar US$ 1,33 bilhão aos fundos. O governo argentino recorreu, e o caso chegou à Suprema Corte dos EUA, que decidiu manter a condenação, derrubando uma medida cautelar que suspendia os efeitos da determinação judicial anterior.

"A suspensão do 'stay' (medida cautelar) por parte da Justiça impossibilita o pagamento em Nova York da próxima parcela da dívida reestruturada e revela a ausência de vontade de negociação em condições distintas às obtidas na sentença ditada pelo juiz Griesa", disse o ministério da Economia argentino no dia 19.