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VAREJO: Vendas dos supermercados crescem 4,9% em oito meses

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) divulgou nesta quinta-feira (26/09) que as vendas reais do setor tiveram crescimento acumulado de 4,9% de janeiro a agosto sobre o mesmo período de 2012, segundo o Índice Nacional de Vendas


Publicado em: 30/09/2013 às 09:40hs

VAREJO: Vendas dos supermercados crescem 4,9% em oito meses

Representantes da entidade afirmam que o cenário positivo para o emprego e renda no País, além da desaceleração da inflação nos últimos meses, favoreceram o aumento do consumo. Tanto que houve uma revisão da expectativa de crescimento supermercadista de 3,5% para 4% no ano.

Comparativo - Em relação a julho, as vendas tiveram alta de 0,9% e, na comparação de agosto com o mesmo mês do ano anterior, de 10,7%. Os dois indicadores foram deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). "A manutenção do nível de emprego e a geração de postos de trabalho têm contribuído para manter o ritmo de vendas do setor. Outro aspecto positivo foi o peso da inflação dos alimentos, que ficou praticamente estável em agosto, após já ter apresentado queda em julho", diz o vice-presidente da Abras, João Sanzovo.

Valores nominais - Houve crescimento ainda maior em valores nominais em agosto, com alta de 1,1% sobre julho, de 17,4% em relação ao mesmo mês de 2012 e de 11,7% no acumulado do ano. Sanzovo cita ainda que há otimismo dos supermercadistas para as vendas de final de ano. "Acreditamos que pode ser um dezembro melhor do que o do ano passado."

Aumento local maior - Em Londrina, executivos de supermercados dizem que o aumento local foi até maior. O diretor comercial do Musamar, Sergio Obara, acredita que a inflação sentida pelos consumidores seja reflexo justamente da alta dos custos das empresas, pelo pagamento de salários maiores e pelo encarecimento de serviços como o frete. Apesar das reclamações gerais pela alta de preços, ele vê certo privilégio para os supermercados frente outros segmentos. "Os alimentos são diferentes de outros produtos porque, mesmo em um cenário de crise séria, as pessoas não podem deixar de consumir."

Qualidade - Ele vê o consumidor mais preocupado com a qualidade dos produtos e com marcas, o que explicaria a alta nas compras deste ano. "Sentimos um crescimento nas vendas de produtos mais saudáveis, que têm um valor agregado maior", diz, ao estimar em 12% a 15% a alta nas vendas do Musamar neste ano.

Novas lojas - O diretor da rede Super Muffato, Everton Muffato, também espera que o grupo cresça na casa dos dois dígitos neste ano, com o lançamento de quatro novas lojas. Com a mesma base de comparação do ano passado, ele prevê 6% a mais em vendas em 2013. "Não é um ano de crescimento substancial, porque tivemos picos de inflação que geraram uma retração no consumo", conta. Muffato lembra ainda que o mês passado teve cinco sábados, um a mais do que agosto de 2012. Por isso, não considera correto falar em crescimento no mês. Mesmo assim, ele espera um aquecimento do consumo até dezembro. "A inflação voltou a cair e as vendas melhoraram."

Consumidor - Para a professora aposentada Neria de Oliveira, o resultado divulgado pela Abras é fruto da inflação. "Acho que é o preço que se elevou, porque antes os carrinhos eram bem mais cheios", diz. Ela conta que gastava mais nos supermercados, mas que perdeu poder de consumo. "Costumava comprar um saco de arroz de 5 kg, mas tive de passar para o de 1 kg. É algo que não posso deixar faltar, então compro aos poucos."

Saúde - A educadora física Neia Mazzotti Dakkache acredita que há uma crescente preocupação da população com a saúde. "As pessoas vão atrás de produtos mais saudáveis, mais orgânicos, que acabam sendo mais caros", diz. Ela também sente que o poder aquisitivo pode ter aumentado, mas que os preços pesam mais no bolso do consumidor.

Fonte: Agência Estado

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