Publicado em: 01/04/2015 às 11:30hs
O trimestre foi marcado pela escalada da moeda americana devido à instabilidade política --Operação Lava Jato, embates no Congresso, manifestações contra a presidente Dilma Rousseff, entre outrose por dúvidas sobre quando os EUA voltarão a subir os juros, movimento que tende a retirar dinheiro de países como o Brasil.
O dólar subiu 21% nos três primeiros meses de 2015. Foi a maior variação da moeda norte-americana vista em um primeiro trimestre desde 1999, após o fim do regime de câmbio fixo no Brasil.
Renda fixa
Apesar de os juros do governo (Selic) terem atingido 12,75% ao ano em março, maior patamar desde março de 2009, os fundos DI e os de renda fixa, que se beneficiam das taxas elevadas, perderam para a inflação.
No trimestre, os fundos de rende fixa tiveram valorização de 2,47%, enquanto os fundos DI tiveram ganho de 2,23% no período.
Em 12 meses, as altas foram de 9,93% e 9,41%, respectivamente. O levantamento considera o desempenho no período e desconta IR.
O IPCA (índice oficial de inflação do governo) chegou a 2,48% apenas de janeiro até fevereiro (dado mais recente). Para março, a projeção do mercado é de alta de 1,4%. Nos últimos 12 meses (até fevereiro), o IPCA já soma 7,7%.
A poupança teve valorização de apenas 1,75%. Em 12 meses, o ganho da caderneta somou 7,12%.
Ouro e dólar
No lado oposto, o ouro teve uma valorização de 21,1% no trimestre e de 30,64% em 12 meses. Os motivos foram a alta do dólar e instabilidades geopolíticas no Oriente Médio e na Ucrânia, mas principalmente as compras da commodity feitas no ano passado pelos bancos centrais.
Os fundos cambiais, que também seguem a moeda americana, subiram 17% no trimestre e 30,64% em 12 meses. O produto, que costuma ter custos elevados de taxa de administração, é uma alternativa para diversificação de investimentos e de proteção para pessoas com despesas em dólar. Quando adere ao dólar, o investidor abre mão do juro alto no Brasil.
A pior aplicação foi em fundos de ações livres, alternativa para o pequeno investidor que deseja aplicar em Bolsa. O ganho foi de 1,43% no trimestre e de 6,49% em 12 meses, já descontado o IR. A Bolsa acumulou alta de 2,3% no Ibovespa no trimestre, enquanto em 12 meses o avanço é de 1,46%.
Fonte: Folha de S. Paulo
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