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Projeção do governo para o PIB de 2013 será mantida

O avanço do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre acima das expectativas não mudou os planos do governo que segue prevendo crescimento econômico de 2,5% no ano


Publicado em: 02/09/2013 às 10:40hs

Projeção do governo para o PIB de 2013 será mantida

Essa é a estimativa que deverá estar no próximo relatório de receitas e despesas do governo, a ser divulgado até o dia 22, e que levará em conta os dados de julho e agosto. A baixa na perspectiva de avanço do PIB para 2,5% tem impacto nas projeções de arrecadação no ano, mas o efeito é "relativizado", conforme fonte do governo, porque o relatório fiscal já terá resultados consolidados de oito meses do ano.

A mesma fonte informou ainda que, no lado das despesas, será incluída a primeira parcela dos R$ 3 bilhões que o governo repassará aos municípios para ajudar na prestação de serviços públicos, numa medida anunciada pela presidente, Dilma Rousseff, durante encontro com prefeitos em julho, além dos gastos para cobrir a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

Em julho, o Tesouro Nacional desembolsou R$ 518 milhões para a CDE, um dos fundos setoriais para bancar a redução de tarifa elétrica. Em agosto, esse aporte foi de cerca de R$ 1,5 bilhão. A estimativa do governo é que essa despesa fique entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões em setembro, como disse o secretário do Tesouro, Arno Augustin, na semana passada. Esses valores não estavam nas contas do último relatório de receitas e despesas federais, divulgado em junho quando o governo anunciou corte de R$ 10 bilhões. A fonte ouvida pelo valor disse que qualquer reprogramação orçamentária depende do desempenho de agosto.

À medida que foram divulgados os primeiros dados econômicos do terceiro trimestre, o governo foi sistematicamente reduzindo, ou até mesmo abandonando, suas projeções para 2013. Isso aconteceu, por exemplo, nas áreas de comércio internacional, mercado de trabalho e arrecadação de tributos e impostos federais, após os resultados de julho.

O próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, comentou na sexta-feira, durante entrevista à imprensa após o anúncio do resultado do PIB, que o governo manteria a projeção de expansão da economia de 2,5% em 2013 e, sem comemorar muito a alta do PIB de 1,5% no segundo trimestre, preferiu pontuar que o Brasil está em processo de recuperação e que a trajetória da economia do país para este ano é de crescimento moderado. "Ainda que maior do que no primeiro trimestre, é um crescimento menor do que em termos históricos", ponderou o ministro, que passou a trabalhar com projeção de crescimento de 2,5% desde agosto.

Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior à época da divulgação da balança comercial de julho, seguiu com a expectativa de superávit em 2013, mas "bastante inferior ao verificado no ano passado". O termo "bastante" foi incluído na ocasião, o que demonstra queda do otimismo, quando anunciou um déficit de R$ 5 bilhões nas transações comerciais até julho - o pior resultado da série histórica.

Após os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostrarem abertura de 41,5 mil vagas formais em julho, ficando abaixo das expectativas, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, desistiu da projeção de 1,4 milhão de novos empregos no ano e, agora, o governo segue sem estimativa.

Na Receita Federal, a previsão de recolhimentos baixou para 3%. Antes, estava em torno de 3,5%. Até julho, a arrecadação subiu apenas 0,55% em termos reais na comparação com igual período de 2012. Os técnicos da Receita, então, deixaram aberta a possibilidade de revisar mais uma vez a projeção no ano.

Fonte: Canal do Produtor

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