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Prévia confirma que deflação nos IGPs ficou para trás

Commodities agropecuárias mais caras no atacado e alimentos em alta no varejo levaram ao fim da deflação na primeira prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que passou de -0,31% para 0,26% entre agosto e setembro


Publicado em: 10/09/2014 às 19:00hs

Prévia confirma que deflação nos IGPs ficou para trás

Segundo analistas consultados pelo Valor, a prévia confirma que a deflação nos IGPs, de três meses, já ficou para trás e que as próximas apurações mensais dos IGPs devem mostrar estabilidade ou aumentos "moderados".

Porém, mesmo com o término do período deflacionário, o acumulado em 12 meses do indicador até setembro ainda mostra elevação pouco expressiva, de 3,61%, e deve prosseguir em desaceleração nos próximos meses, de acordo com economistas. Isso abre espaço para que a taxa anual dos IGPs feche o ano abaixo de 4% - inferior às de 2013, quando os índices ficaram acima de 5%.

Na segunda prévia anunciada ontem, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que inclui os preços no atacado, subiu 0,31%, após cair 0,56% em igual prévia em agosto - enquanto o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede as variações no varejo, avançou 0,18% após subir 0,03% em agosto. Já os preços do setor de construção, medidos pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), tiveram alta de 0,12%, após expansão de 0,44% em agosto.

No caso do atacado, o superintendente Adjunto de Inflação do Ibre/FGV, Salomão Quadros, detalhou que os preços das matérias-primas brutas agropecuárias saíram de uma queda de 0,96% para um avanço de 1,64% entre a primeira prévia de agosto e igual prévia em setembro, pressionadas por soja e milho mais caros. O especialista reiterou que esses dois itens experimentam, no momento, um cenário confortável de oferta, com boas notícias sobre safra, o que levou a sucessivas quedas de preço. No entanto, o mercado já absorveu essas notícias, e começa a fazer ajustes. "Esses preços vão voltar a subir, mas não de forma expressiva", avaliou.

Na análise da consultora da Tendências Adriana Molinari, a perspectiva de aumentos reduzidos ou próximos de zero nas taxas mensais nos próximos meses deve ajudar a diminuir ainda mais a taxa em 12 meses dos indicadores; e beneficiar a inflação em 2015. Isso porque os IGPs acumulados são usados para reajustar preços administrados - como aluguéis, por exemplo. "Nossa expectativa é que o acumulado em 12 meses [dos IGPS] continue a desacelerar até meados do ano que vem", finalizou.

Fonte: Canal do Produtor

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