Publicado em: 09/08/2013 às 16:50hs
Nesta semana um dos principias indicadores da economia que mede os índices de inflação mostrou queda dos preços de alimentos pelo segundo mês consecutivo e itens, que estavam com cotações muitos altas, como tomate, cebola e cenoura tiveram o valor sensivelmente diminuído, o que contribuiu para a desaceleração da inflação no país, que soma 6,27% entre janeiro e julho, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação no país através de pesquisa em 11 capitais brasileiras.
A queda da inflação é uma boa notícia para o governo, mas no que tange aos preços de alimentos as recentes quedas mensais são pouco expressivas, quando comparadas à alta somada ao longo deste ano, que soma alta de 5,67%, e ao acumulado dos últimos 12 meses, de 11,42%. Portanto, apesar de terem caído em julho, os preços dos alimentos estão mais caros agora do que estavam em janeiro de 2013 ou em agosto de 2012. Tendência que deve continuar nos próximos meses, a despeito do aumento de 12% previsto para a safra brasileira de grãos 2013/2014.
Por este motivo economistas, analistas de mercado e produtores rurais defendem que o governo federal invista numa politica nacional permanente de apoio a produção de alimentos a fim de evitar que os preços dos alimentos sejam analisados apenas sob o ângulo da sazonalidade. “É um absurdo o Brasil estar importando itens básicos como o feijão. Isso acontece por falta de apoio à produção nacional”, avalia Marcelo Lüders, analista da Correpar Corretora. O preço do feijão carioca acumula alta de 34% entre janeiro e junho, enquanto o feijão preto subiu 17,97% no mesmo período, segundo o IPCA.
Os preços do tomate, por exemplo, após atingirem o pico em maio, começaram a recuar e registraram queda de 7,21% em junho e de 27,25% em julho, segundo o IPCA. Mas ainda não há motivo para comemoração, uma vez que no acumulado do ano (até julho) o preço do produto registra alta de 4,62%.
Não apenas o tomate, mas o leite, a farinha de trigo, a mandioca, o feijão e muitos outros alimentos acumularam altas expressivas no primeiro semestre do ano, contribuindo para elevar a inflação no país. O preço da cebola, que caiu 10,90% em julho, soma alta de 41,57% entre janeiro e julho, o da cenoura, que registrou queda de 5,04% no mês, acumula alta de 37,23% no período, a batata inglesa, que recuou 4,87% em julho, subiu 59,67% no primeiro semestre do ano.
Comida cara não apenas uma tendência nacional. Adversidades climáticas registradas em diversas regiões produtoras do mundo nos últimos seis anos prejudicaram o desenvolvimento de importantes lavouras. A mais recente foi a seca de 2012 que derrubou em 100 milhões de toneladas a safra norte-americana de milho. Além disso, o aumento da classe média é um fenômeno mundial.
O aumento da demanda aliado ao crescimento mais lento da produção devem resultar em preços entre 15% e 40% mais altos para os alimentos na próxima década, segundo pesquisas realizadas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em parceria com a FAO (órgão da ONU para alimentação e agricultura).
Fonte: Globo Rural
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