Publicado em: 07/08/2025 às 19:00hs
O agronegócio brasileiro segue como um dos principais motores da economia nacional. Durante o Congresso Andav 2025, realizado no Transamerica Expo Center, em São Paulo, o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, destacou que o setor deve registrar um crescimento de 9% no PIB em 2025 e manter esse índice em 2026, mesmo diante de um cenário político-eleitoral tumultuado no próximo ano.
Durante sua participação no evento, na quarta-feira (6/8), Vale apresentou uma análise otimista para o agronegócio, mesmo em meio a um cenário desafiador, marcado por tensões geopolíticas e entraves econômicos internos.
Segundo ele, as estimativas atuais indicam que o PIB brasileiro deve crescer 2,2% em 2025, com o agronegócio sendo o principal responsável por esse avanço, respondendo por cerca de 25% do total da economia nacional.
Um dos pontos centrais da palestra foi a necessidade de um ajuste fiscal, que, segundo o economista, deverá ocorrer em 2027.
“Não porque o governo queira, mas porque o cenário será exigente”, observou Vale, ao enfatizar que essa medida será essencial para manter o ciclo positivo da economia.
Vale também destacou que o Brasil possui ativos de alto valor estratégico global, como alimentos, petróleo e terras raras, o que fortalece a posição do país em meio às turbulências do cenário internacional.
Apesar disso, ele reconheceu que a economia brasileira ainda enfrenta dificuldades, mesmo após reformas importantes.
O economista também comentou os impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos, especialmente em um contexto de possível retorno de Donald Trump ao poder.
“As tarifas aumentam o preço do produto importado, elevam a inflação no curto prazo e aumentam o risco de recessão”, afirmou Vale.
Para ele, o pacote fiscal dos EUA tende a elevar a dívida pública, e a alternativa seria aumentar impostos, já que há pouca margem para corte de despesas.
“Trump usa as tarifas porque é o instrumento que tem sem passar pelo Congresso, mas isso não significa que funcione”, acrescentou.
Diante desse cenário internacional conturbado, a recomendação de Vale é que o Brasil invista em novos acordos comerciais com países desenvolvidos, reduzindo a dependência dos EUA.
“O Brasil precisa se afastar do ‘choque Trump’. O agro está mais protegido que a indústria, mas é essencial buscar novos mercados. Vamos sofrer no curto prazo, mas o tumulto externo não nos pertence”, finalizou.
O Congresso Andav 2025 segue até esta quinta-feira (7/8) e se consolida como o principal ponto de encontro para profissionais da distribuição de insumos agropecuários no Brasil. O evento reúne 250 marcas nacionais e internacionais e atrai um público de 15 mil profissionais, incluindo distribuidores, agrônomos, consultores, técnicos de vendas, pesquisadores e especialistas.
Com organização da Zest Eventos e realização da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav), o congresso conta com patrocínio de empresas como BASF, Bayer, GiroAgro, Ourofino, Syngenta, Ceres Agrobank, Ecoagro e Aliare.
Além das palestras, o evento também apresenta os dados da Pesquisa Nacional da Distribuição, reforçando seu papel estratégico na atualização técnica e geração de negócios no setor agro.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias