Publicado em: 10/07/2025 às 16:00hs
Quatro em cada dez empresas exportadoras no Brasil já são de pequeno porte. Segundo levantamento do Sebrae com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), o percentual de micro e pequenas empresas que exportam bens saltou de 28,6% em 2014 para 39,6% em 2024. As importações também cresceram: passaram de 37,6% para 50% no mesmo período.
No Ceará, os pequenos negócios também avançam no comércio exterior. De janeiro a maio de 2025, o Estado exportou US$ 770,48 milhões, um aumento de 49,3% em relação ao mesmo período de 2024.
Somente no mês de maio, as exportações somaram US$ 269,79 milhões, alta de 77,7% em relação a abril e 176,2% na comparação com maio do ano anterior, de acordo com o estudo Ceará em Comex, elaborado pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da Fiec.
O bom desempenho cearense é reflexo de investimentos contínuos em logística e infraestrutura, com destaque para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) e a Zona de Processamento de Exportação (ZPE Ceará). Essas estruturas oferecem benefícios fiscais, localização estratégica e suporte logístico, tornando o Estado mais atrativo para empresas de todos os tamanhos.
Segundo o especialista em comércio exterior Augusto Fernandes, parte desse avanço se deve ao trabalho de orientação e desmistificação junto aos pequenos empresários.
“Muitos ainda acham que exportar é algo exclusivo das grandes indústrias, mas com o suporte certo, é possível acessar o mercado internacional com segurança e competitividade”, afirma.
Ele destaca que o Ceará conta hoje com uma cadeia especializada de serviços voltados para o comércio exterior, como despachantes, agentes de carga e consultorias, além de novas rotas estratégicas, como a ligação direta entre o Porto do Pecém e a China.
A ampliação da participação dos pequenos também se deve à diversificação dos produtos exportados. Itens como frutas frescas, castanha de caju, mel, roupas, produtos químicos, artigos de decoração e equipamentos para academias — muitos produzidos por pequenas empresas — já conquistaram espaço em mercados exigentes, como Estados Unidos, Europa e Ásia.
O fortalecimento dos pequenos negócios nas exportações e importações gera emprego, renda e competitividade para a economia cearense. Com acesso à informação, infraestrutura moderna e apoio institucional, o comércio exterior deixa de ser uma barreira e passa a ser uma estratégia concreta de crescimento e expansão para o empreendedor local.
O cenário atual mostra que o comércio exterior está mais acessível. Com a profissionalização do ecossistema logístico e o apoio de entidades como o Sebrae e a Fiec, os pequenos negócios deixam de ser coadjuvantes e assumem papel central no avanço das exportações brasileiras — especialmente em estados como o Ceará, que investem na integração global de sua economia.
Fonte: Portal do Agronegócio
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