Publicado em: 22/07/2013 às 11:10hs
Em entrevista à agência estatal de notícias Xinhua, ele mudou de tom e afirmou que trabalha com expectativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos) chinês de 7,5% este ano, a meta oficial.
Na semana retrasada, o ministro havia declarado, em entrevista à Xinhua, que a expansão da economia chinesa poderia ser da ordem 7% em 2013. Após reação negativa do mercado, a agência corrigiu a declaração de Lou. Nos bastidores da reunião do G-20 (grupo que reúne as 20 principais economias do mundo), em Moscou, neste fim de semana, o ministro adotou discurso mais otimista e disse à agência de notícias estatal que acredita na possibilidade de aceleração do crescimento.
- Vemos a geração de energia doméstica e o consumo de eletricidade crescendo 4%, e o uso de eletricidade por parte dos serviços aumentar em 8% - afirmou Lou, acrescentando que os números mostram o esforço em direcionar a economia, focada em indústria, para um modelo com mais espaço para serviços. - Nenhum dos meus colegas acha que a China terá de fazer um pouso forçado.
Ceticismo dos investidores
No segundo trimestre, o país cresceu 7,5% e a expectativa é que encerre 2013 com a menor taxa de expansão em 23 anos. Segundo Lou, a China continuará a promover reformas fiscais para estimular o crescimento.
A entrevista do ministro foi veiculada um dia depois do anúncio sobre as reformas nas taxas de juros para empréstimos oferecidas pelas instituições financeiras do país. A decisão do governo elimina o limite mínimo de 70% da taxa de referência de 6%, segundo o Banco Popular da China, num movimento que deve colocar o país num caminho de desenvolvimento mais sustentável, segundo especialistas.
A medida, porém, acabou levantando suspeitas de que se trata de um reflexo das preocupações do governo com possíveis calotes e teria como objetivo ajudar estatais e governos locais endividados.
Alguns investidores afirmam que a decisão foi simbólica e provavelmente um alívio, pelo menos a curto prazo, para estatais muito endividadas, para os grandes empregadores do setor privado e para governos locais.
- Eu sou um pouco cético em relação aos elogios de que isso é uma grande, grande reforma - declarou Patrick Chovanec, diretor e estrategista da Silvercrest Asset Management, de Nova York, e ex-professor universitário na China. - Minha preocupação a curto prazo é que governos locais vão conseguir financiamento com juros menores.
Investidores que atuam na China afirmam que as reformas talvez sejam menos relacionadas com créditos bancários e mais com a garantia de que velhos empréstimos sejam pagos.
Fonte: O Globo
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