Publicado em: 22/11/2013 às 14:50hs
Símbolo de esperança e alegria para muitos povos, as árvores de Natal começam a ganhar destaque nas lojas, ruas e residências. Não se sabe ao certo de onde vem a tradição de enfeitar pinheiros com flores, laços e bolas coloridas, embora muitas versões da história atribuam a iniciativa a Martinho Lutero, na Alemanha, em 1530.
No Brasil, basta chegar o final de novembro para que a procura por esse símbolo natalino de renascimento cresça. Enquanto muitos consumidores buscam pelos pinheiros artificiais, uma boa parcela da população prefere adquirir um pinheiro natural para dar um toque ainda mais real à decoração.
No extremo sul da capital paulista, o produtor de plantas ornamentais Mauricio Bueno já começa a trabalhar em ritmo mais acelerado para o final do ano. Nesta época, o número de encomendas de plantas e árvores para enfeitar as residências para o Natal começa a aumentar. Mais do que o tradicional pinheirinho, mais conhecido como Tuia Aurea, o produtor revela que o que vem ganhando cada vez mais destaque entre os consumidores são outros tipos de árvores como o Buchinho e a Tuia Europa. “As vendas do pinheirinho tradicional caíram muito nos últimos anos. Há dez anos, eu vendia cerca de 15 mil, mas neste ano devo vender umas 3 mil árvores dessa variedade” revela Bueno, embora aposte no crescimento das vendas de outras variedades ornamentais.
Entre os fatores que vem desacelerando a venda das famosas tuias está o crescimento de modelos e preços de árvores artificiais, feitas de plástico, vendidas no varejo e também o baixo preço da árvore natural, que acabou por desestimular os produtores a plantarem. Foi o que aconteceu na Chácara Cuca Fresca, localizada em Suzano (SP). Valquiria Aparecida de Oliveira, proprietária do local, explica que neste ano, optou por aumentar a produção de outras variedades de Tuia e também de Buchinho, que além de serem mais resistentes, têm melhor remuneração ao produtor. “São árvores que podem ser podadas no formato de pinheiro e agradam pela versatilidade”, diz.
Mesmo com a retração da demanda, na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), a expectativa, segundo Flávio Godas, economista chefe da seção de economia e desenvolvimento da Ceagesp, é de que haja um aumento de 10% na demanda pelas Tuias, de todas as variedades. Ele revela ainda que no ano passado, foram comercializadas mais de 238 mil árvores, sendo que “as Tuias de entre um metro e 1,60 são as mais procuradas”. O preço de árvores nesses tamanhos varia de R$ 30 a R$ 70 segundo o economista. Já uma Tuia maior, de 3 metros, pode custar entre R$ 250 e R$ 300. A procura por esses produtos começa a aumentar já na segunda quinzena de novembro.
Para este final de ano, Valquíria espera um aumento de 50% nas vendas de plantas ornamentais em geral e para o próximo ano, estuda, inclusive aumentar um pouco a produção das Tuias Aureas, já que a demanda neste ano vem sendo maior do que o esperado. O Buchinho, que vem ganhando cada vez mais destaque na preferência dos consumidores, tem um preço que pode variar de R$ 10 a R$ 500 dependendo do tamanho da árvore. “Além do tamanho, a árvore é toda trabalhada com detalhes de poda que podem transformá-la em um lindo pinheirinho também”.
Decoração de jardins
Valquiria explica que essa variedade de planta é muito usada na decoração de jardins e justamente por isso, tem conquistado a preferência dos consumidores. “Isso porque ele pode ser plantado no jardim após as festas de fim de ano e é fácil de cuidar”, afirma. Já a Tuia Aurea requer mais cuidados para durar pelos próximos natais. “O pinheirinho tradicional é bastante sensível, você até pode tentar manter no vaso ou plantar no jardim, mas apenas uns 20% sobrevivem”, explica.
Maurício Bueno dá dicas para o consumidor que deseja enfeitar a casa com uma variedade de Tuia ou Buchinho em vaso, mas que pretende plantá-lo no jardim após as festas. Ele explica que o ideal é comprar a árvore poucos dias antes do Natal. “Essas plantas são acostumadas ao sol, então, o ideal é deixá-las o mínimo de tempo possível dentro de casa para que depois elas possam ser plantadas nas áreas externas”. Mesmo assim, ele salienta que algumas plantas podem não se adaptar à falta de sol e acabar morrendo assim que o ano virar.
Valquiria também lembra que é preciso cautela na hora de colocar os enfeites. “Em geral devem ser mais leves, para não exigirem muito dos galhos ou há o risco de que eles se quebrem”, diz.
Fonte: Sou Agro
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