Publicado em: 28/10/2025 às 10:40hs
O mercado financeiro revisou para baixo sua previsão de inflação para 2025. Segundo o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (27) pelo Banco Central (BC), a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 4,70% para 4,56%. O indicador é considerado a medida oficial da inflação no país.
A nova projeção reflete uma expectativa de desaceleração gradual da inflação brasileira. Para 2026, o mercado estima que o IPCA ficará em 4,20%, ante 4,27% na semana anterior. Já para 2027 e 2028, as previsões são de 3,82% e 3,54%, respectivamente.
Mesmo com o recuo, a estimativa para 2025 ainda supera o teto da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos — ou seja, entre 1,5% e 4,5%.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação oficial subiu 0,48% em setembro, após queda em agosto, influenciada pela alta na conta de luz. No acumulado de 12 meses, o IPCA registra avanço de 5,17%, o maior desde março (0,56%).
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, em sua última reunião realizada em 17 de setembro, manter a taxa Selic em 15% ao ano, mesmo diante de sinais de desaceleração da economia.
De acordo com a ata da reunião, o colegiado pretende preservar o nível atual dos juros por um período prolongado para garantir o cumprimento da meta de inflação. A projeção dos analistas para o fim de 2025 segue em 15% ao ano, com expectativa de redução gradual a partir de 2026 — 12,25% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028.
A manutenção dos juros altos visa conter a demanda e, consequentemente, controlar os preços. No entanto, especialistas alertam que taxas elevadas também restringem o crédito e podem frear o crescimento econômico.
O Boletim Focus também revisou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. A estimativa para 2025 passou de 2,17% para 2,16%, indicando leve desaceleração na atividade econômica.
Para os anos seguintes, o mercado projeta crescimento de 1,78% em 2026, 1,83% em 2027 e 2% em 2028.
Segundo o IBGE, a economia brasileira cresceu 0,4% no segundo trimestre deste ano, impulsionada pelos setores de serviços e indústria. Em 2024, o PIB fechou com alta de 3,4%, marcando o quarto ano consecutivo de expansão, e o maior resultado desde 2021, quando cresceu 4,8%.
A projeção para a cotação do dólar no final de 2025 foi mantida em R$ 5,41, segundo o boletim. Para o fim de 2026, a estimativa é de R$ 5,50.
O câmbio estável indica que o mercado não espera grandes oscilações na moeda norte-americana, mas permanece atento às condições externas e às decisões de política monetária dos Estados Unidos.
Com inflação em trajetória de queda e juros ainda elevados, o mercado avalia que o Banco Central deve manter uma postura cautelosa nos próximos meses. O desafio será equilibrar a política monetária para conter a inflação sem comprometer o ritmo de crescimento da economia.
Fonte: Portal do Agronegócio
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