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Mantega afirma que será mais difícil alcançar superávit primário no ano

Em 12 meses até junho deste ano, o superávit primário do setor público consolidado somou R$ 61,5 bilhões, ou 1,22% do PIB


Publicado em: 04/09/2014 às 11:50hs

Mantega afirma que será mais difícil alcançar superávit primário no ano

 

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu em entrevista à GloboNews, nesta quarta-feira (4), que será mais difícil neste ano atingir o superávit primário, que é a economia feita para pagar juros da dívida pública e tentar manter sua trajetória de queda.

Perguntado se a meta será cumprida, ele respondeu que "neste ano temos uma situação mais difícil, mas faremos um primário, estaremos sempre no positivo, sempre com alguma poupança, e nós temos que fazer correções de rota".

As contas do governo registraram um déficit primário (despesas maiores que receitas, sem a inclusão de juros) de R$ 2,19 bilhões em julho deste ano, informou a Secretaria do Tesouro Nacional na última sexta-feira (29). Foi o pior resultado para meses de julho desde o início da série histórica, em 1997.

Nos sete primeiros meses do ano, somando os esforços do governo federal, dos estados, municípios e de empresas estatais, houve superávit primário de R$ 24,66 bilhões. Esse montante é 54,7% menor do que em igual período do ano passado.

A meta cheia de superávit primário - incluindo estados e municípios - para 2014 é de R$ 167,4 bilhões, ou 3,1% do PIB, conforme consta no orçamento da União aprovado pelo Congresso Nacional. Somente para o governo central, excluindo assim os estados, as prefeituras e estatais, a meta é menor: de R$ 116,1 bilhões, ou 2,2% do PIB.

Porém, ao anunciar, em fevereiro passado, o corte de R$ 44 bilhões no orçamento deste ano, o ministro da Fazenda, Mantega, disse, porém, que o objetivo fiscal de todo o setor público, neste ano, é de R$ 99 bilhões - o equivalente a 1,9% do PIB, o mesmo percentual registrado em 2013.

Deste modo, o esforço fiscal do primeiro semestre deste ano equivale a 25% da meta para 2014 fechado. Em 12 meses até junho deste ano, o superávit primário do setor público consolidado somou R$ 61,5 bilhões, ou 1,22% do PIB.

Recuperação da economia

O ministro também afirmou que a economia brasileira dá sinais de recuperação desde julho, após registrar dois trimestres seguidos de Produto Interno Bruto negativo. O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o crescimento da economia.

"Em junho caiu porque foi o ápice dos feriados, com a Copa, etc", diz Mantega. "Julho mostrou recuperação, e essa recuperação deve ser manter ao longo do tempo."

O ministro citou os resultados de julho da produção industrial, que cresceu 0,7%, e (o segmento) dos bens de capital, com alta de 16%, que, segundo Mantega, mostra "recuperação do investimento".

A crise na indústria e a queda nos investimentos foram os fatores que mais pesaram no resultado do PIB do segundo trimestre, divulgado na última sexta, que encolheu 0,6%, na comparação com o trimestre anterior, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O órgão também revisou o dado do primeiro trimestre para um recuo de 0,2%. Para economistas, dois trimestres seguidos de PIB negativo configuram a chamada recessão técnica.

Inflação e gasolina

Mantega diz que "a situação está mais calma", ao falar de inflação. "Felizmente, a inflação está sob controle. No mês de julho, o IPCA (´inflação oficial´) veio próximo de zero, vários itens caíram. Eu diria que a situação está mais calma. Tivemos menos dias úteis no primeiro semestre, o que significa que o comércio vende menos e a indústria produz menos", afirma.

O ministro repetiu que é previsto um aumento da gasolina ainda neste ano, o que tinha dito na véspera. "Só não sei quando", afirmou. "Nos últimos 4 anos, sempre teve 1 ou 2 (aumentos), isso é normal. Não haverá diferença (neste ano), mesmo sendo ano eleitoral."

Fonte: Portal G1

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