Brasil

Investimento vai crescer 3,6% no 1º trimestre, prevê Ibre

Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, a expansão do investimento será de 1,3%, estima o Ibre


Publicado em: 17/05/2013 às 15:40hs

Investimento vai crescer 3,6% no 1º trimestre, prevê Ibre

A retomada do investimento, previsto para crescer 3,6% no primeiro trimestre em relação ao último trimestre de 2012, será a boa notícia no desempenho da economia no período, de acordo com a edição de maio do Boletim Macro do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre - FGV). Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, a expansão do investimento será de 1,3%, estima o Ibre.

Com a alta da formação bruta de capital fixo estimada pela FGV, o retrato do Produto Interno Bruto (PIB) no trimestre trará um aumento expressivo da contribuição do investimento para a demanda interna: subirá de 10% para 60%. Tais impulsos levaram a economia a ter crescido 1% entre janeiro e março ante o trimestre anterior, mesma estimativa divulgada no boletim de abril.

O fôlego do investimento a ser mostrado nos dados do PIB, no entanto, não deve se prolongar pelos próximos trimestres, segundo a economista Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro. "O ritmo do investimento observado no começo do ano não vai se manter porque, em parte, tem caráter mais transitório de setores como caminhões e ônibus, agricultura e aumento da importação de máquinas e equipamentos", diz Silvia. No texto do Boletim, a perspectiva também é de desaquecimento ao longo do ano: "O cenário desenhado até abril não é favorável e sinaliza desaceleração no segundo trimestre, tanto pelo lado da oferta quanto da demanda."

O Ibre considera que parte dessa desaceleração reflete a redução na renda das famílias causada pela aceleração da inflação, que já foi mostrada nos dados do varejo divulgados nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): ao aumento dos preços foi apontado como uma das causas para a queda de 2,1% nas vendas dos super e hipermercados em março, pior resultado do setor desde fevereiro de 2008.

Pelo lado da oferta, o Ibre prevê crescimento de todos os componentes do PIB nos primeiros três meses de 2013 ante os imediatamente anteriores: 0,7% da indústria, 0,5% dos serviços e 8% da agropecuária - setor que responderá pela metade do crescimento da economia no primeiro trimestre. Segundo Silvia, a "ajuda" da agropecuária não deve continuar a puxar o crescimento do PIB ao longo do ano, "porque o setor tende a ter contribuições menos marcantes". Já sob a óptica da demanda o consumo das famílias deve subir 0,8% e o consumo do governo, 0,1%.

O Ibre destaca que mesmo o leve aquecimento da economia traz novas fontes de preocupação no primeiro trimestre, como a deterioração das contas externas. O principal alerta é para a balança comercial, que acumulou neste ano até abril déficit de US$ 6,2 bilhões. No primeiro trimestre houve queda de 6,6% nas exportações em relação ao mesmo período de 2012, com decréscimo de 12% na venda de itens básicos e de 5% na de manutafurados. A estimativa do Ibre é que as exportações caiam 4,5% no trimestre e as importações cresçam 5% no mesmo período.

O Ibre prevê crescimento de 2,7% para o PIB em 2013. Silvia, no entanto, diz que essa estimativa pode ter um leve ajuste para baixo. "Um crescimento da ordem de 2% para 2013 parece garantido. Mas uma taxa de 3% não."

Fonte: Canal do Produtor

◄ Leia outras notícias
/* */ --