Publicado em: 09/05/2014 às 10:40hs
Em março, a inflação havia sido de 0,92%, a maior alta para o mês desde 2003. Com isso, nos quatro primeiros meses do ano, os preços já subiram 2,86% --em 2013, no mesmo período a inflação era de 2,5%.
No acumulado em 12 meses, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) atingiu 6,28%, se aproximando do limite máximo do objetivo do governo.
A meta do governo é controlar a alta dos preços no nível de 4,5% ao ano, com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo --ou seja, oscilando entre 2,5% e 6,5%.
"A inflação deve continuar sob pressão nos próximos trimestres por causa do mercado de trabalho apertado, do aumento das expectativas de inflação e da perspectiva de alta do dólar", segundo economistas do Itaú Unibanco. "O IPCA deve terminar 2014 e 2015 em 6,5%."
Juros e inflação
Para manter o nível de inflação esperado, o governo faz uso da política monetária, por meio da taxa básica de juros, a Selic. Assim, caso o BC observe que a inflação corre o risco de superar a meta, a tendência é elevar os juros.
De olho na alta dos preços, o governo já subiu a taxa de juros de seu menor valor histórico (7,5%) para os atuais 11% em pouco mais de um ano.
Apesar da estratégia, economistas acreditam que o BC não deve voltar a subir os juros neste mês, por avaliar que a alta da inflação se deve ao aumento dos preços dos alimentos.
Na véspera, o diretor de políticas econômicas do BC, Carlos Hamilton Araújo, declarou que a alta recente da inflação é um fenômeno temporário.
O diretor de assuntos internacionais e de regulação do BC, Luiz Awazu Pereira, disse que a instituição trabalha para trazer o IPCA para a meta "num futuro próximo" e repetiu que a política monetária demora a apresentar efeitos práticos.
INPC sobe 0,78%, menos que em março
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC apresentou variação de 0,78% em abril e ficou abaixo do resultado de 0,82% de março. Nos primeiros quatro meses do ano a variação situou-se em 2,9%, acima da taxa de 2,66% de igual período de 2013.
Considerando os últimos doze meses o índice ficou em 5,82%, acima da taxa de 5,62% dos doze meses anteriores. Em abril de 2013 o INPC foi de 0,59%.
Os produtos alimentícios aumentaram 1,34% em abril, enquanto os não alimentícios ficaram com 0,54%. Em março, os resultados haviam sido 1,88% e 0,37%, respectivamente.
Entre os índices regionais, o maior foi o de Fortaleza (1,21%) em virtude da alta de 2,68% nos preços dos alimentos consumidos em casa, que ficou acima da média nacional (1,62%).
A região metropolitana de São Paulo (0,54%) apresentou o menor índice.
O INPC se refere às famílias com rendimento de um a cinco salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além de Brasília e dos municípios de Goiânia e Campo Grande.
Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de 27 de fevereiro a 28 de março de 2014 (referência) com os preços coletados no período de 29 de março a 28 de abril de 2014 (referência) com os preços vigentes no período de 27 de fevereiro a 28 de março de 2014 (base).
Fonte: UOL
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