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IGP-M de abril cede após a forte alta de março

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) avançou 0,78% em abril e mostrou uma desaceleração em rela­ção ao mês anterior


Publicado em: 30/04/2014 às 18:50hs

IGP-M de abril cede após a forte alta de março

Em 12 meses, o avanço acumulado do indicador - amplamente usado para o reajuste de con­tratos de aluguel - é de 7,98%.

Em março, o IGP-M subiu 1,67% em comparação a feverei­ro, a maior alta registrada des­de julho de 2008 (1,76%). Neste ano o indicador tem sido pres­sionado pela forte alta do preço dos alimentos. "A taxa de abril confirma uma desaceleração que as duas prévias (deste mês) vinham mostrando ao longo do mês", afirma Salomão Quadros, superintendente adjunto de in­flação do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A queda no preço dos produ­tos in natura em abril colabo­rou para a desaceleração do ín­dice, especialmente do café e da Soja. Por outro lado, os pre­ços de bovinos aumentaram de 4,22% em comparação a 3,85% no IGP-M de março, o leite in natura subiu 5,62% ante 0,73% e Suínos apresentaram eleva­ção de 3,35%, após queda de 9,32%. Em abril, o índice de Pre­ços ao Produtor Amplo (IPA), que representa 60% do resulta­do do cálculo do IGP-M, teve variação de 0,79%, abaixo dos 2% verificados em março.

"A alta no segmento de car­nes não se explica só pela estia­gem. O reforço de demanda ge­rado pelo crescimento das ex­portações se deu em um perío­do em que a oferta está enfra­quecida. Isso dá sustentação à alta dos preços. Mas, de um modo geral, o efeito da estia­gem está sendo absorvido e em maio, provavelmente, ele só deixará um ou outro refle­xo", afirma Salomão Quadros.

Para a economista Adriana Molinari, da Tendências Con­sultoria, a desaceleração do IPA industrial também contribuiu para a menor variação do IGP-M, sobretudo por causa do da queda do preço do minério de ferro. A apreciação da taxa de câmbio também influenciou o resultado do IGP-M.

Em relação aos demais componentes do IGP-M, o índice de Preços ao Consumidor- Merca-do (IPC-M) se manteve estável em 0,82%, enquanto o índice Nacional de Custo da Constru­ção (INCC-M) acelerou de 0,22% para 0,67%.

Para maio, a expectativa é de mais uma desaceleração no IGP-M, apesar de os preços pra­ticados na pecuária ainda não terem baixado. A previsão da FGV é que a alta fique entre 0,4% e 0,5%. A Tendências Consulto­ria projeta alta de 0,4%.

"Produtos in natura, como sa­bemos, têm ciclos de elevação e redução bastante curtos, mas is­so não quer dizer que a inflação vá desaparecer, pois ela não é exclusivamente dos alimentos. Uma vez que eles saiam desse plano, a gente vai voltar a se preocupar com problemas permanentes, como a inflação dos serviços", afirma Salomão.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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