Publicado em: 30/04/2013 às 13:20hs
Convidado a falar sobre a conjuntura macroeconômica mundial e brasileira e perspectivas de 2013 a 1017, ele disse que a Tendências estima que o PIB mundial deve passar dos 3,2% registrados em 2012 para 3,3% neste ano, atingir 3,9% em 2014; 3,8% em 2015; 3,8% em 2016 e 3,9% em 2017.
Europa – Os países da Europa ainda atravessam uma situação delicada, sendo que a Zona do Euro deve registrar PIB de -0,3% neste ano, “um desempenho ligeiramente menos negativo do que o registrado em 2012, de -0,6%”, disse Jensen. De acordo com ele, um dos problemas mais graves é a alta taxa de desemprego que, em fevereiro subiu para 22% na Zona do Euro. Na Espanha, desemprego voltou a subir, para 26,3%. Entre os jovens do país, taxa está em 55,7%. A exceção é a Alemanha, onde o desemprego está na faixa de 5,4%.
EUA – Já a economia norte-americana segue em ritmo moderado de crescimento. “Em 2012, expansão ficou em 2,2%. Para 2013, projetamos alta de 2,0% no PIB”, disse Jensen. Ainda segundo ele, o país vem gerando empregos, com aumento de 200 mil novas vagas ao mês, exceto em março, quando foram apenas 88 mil empregos. Por outro lado, a taxa de desemprego, cedeu para 7,6%, a menor desde dezembro de2008. Segundo o consultor, a partir de 2015, deve ocorrer o início de um processo e alta de juros nos Estados Unidos. “Isso terá impactos globais, principalmente em relação a fluxo de moedas. Temos que ter em mente que poderá haver uma valorização do dólar a partir desse ano e os demais países terão que reagir e fazer ajustes nas suas contas e nas taxas de juros”, frisou.
China - A China registrou crescimento de 7,7% no primeiro trimestre desse ano, índice abaixo do esperado pelo mercado. Apesar disso, o consultor afirmou que não é uma situação preocupante. “A China deve crescer algo em torno de 7,5% ao longo dos próximos anos. Em termos de contribuição para o PIB global, tem o mesmo peso de quando o país crescia a 12%, como ocorria há alguns anos. Vale lembrar que esses 7,5% da China representam uma contribuição para a expansão do PIB global de cerca de 30%”, disse Jensen.
Brasil – Ao falar sobre o cenário doméstico, o consultor destacou, em primeiro lugar, a mudança na política econômica brasileira. “O tripé que permitiu a estabilidade monetária não influencia mais a gestão da política econômica: superávit primário, metas de inflação e câmbio flutuante”, ressaltou. O país adotou uma nova matriz econômica baseada em outros três pilares: desonerações tributárias, juros baixos e câmbio desvalorizado. De acordo com Jensen, a mudança ocorreu especialmente porque a inflação tornou-se o maior problema do País, atingindo 5,8% em 2012. Por isso, o governo tem recorrido às desonerações, especialmente de itens que tem grande impacto no IPCA, como cesta básica e energia elétrica, para evitar que ela aumente ainda mais, o que, para o consultor, são medidas paliativas. “As desonerações provocam redução pontual dos preços, sem alterar a dinâmica inflacionária dada pelas condições de oferta e demanda. O equacionamento deste desequilíbrio no curto prazo depende da adoção de políticas contracionistas”, afirmou.
Sinais - Na avaliação do consultor, no Brasil, a economia tem dado sinais ainda mistos de recuperação. “Esse ano, a estimativa da Tendências Consultoria é de que o PIB brasileiro atinja 3%, que é um índice bem razoável. O primeiro trimestre foi muito bom e os investimentos, que foram o vilão do ano passado, devem ter crescido no primeiro bimestre, pelas nossas contas, algo ao redor de 6%, o que parece estar engatando em uma trajetória de recuperação”, disse. Segundo Jensen, há um processo de crescimento no País, mas bastante volátil e com a política econômica seguindo de forma confusa.
Padrão - “Se fosse adotado um padrão diferente do que está sendo utilizado, em linha com o que tem sido feito, por exemplo, pelo Chile, Colômbia, Peru e México, o Brasil poderia estar crescendo de 4% a 5% ao ano, com inflação abaixo dos 4,5%, que é a nossa meta. Em temos do potencial que o País poderia alcançar, o quadro é decepcionante, ainda que em termos globais, como os Estados Unidos, que crescem em torno de 2%, crescer em torno de 3% a 3,5% não chega a ser de fato ruim. Mas a verdade é que o Brasil poderia atingir taxas de crescimento bem acima das que vem registrando”, finalizou.
Fonte: ASSESSORIA DE IMPRENSA DA OCEPAR/SESCOOP-PR
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