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FMI: Economia global se recupera, mas riscos permanecem

O economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Olivier Blanchard, vê o fortalecimento das economias avançadas neste ano puxando a expansão da economia global, enquanto o ritmo de crescimento dos emergentes se enfraquece um pouco, num mundo em que ainda há riscos


Publicado em: 16/05/2014 às 16:00hs

FMI: Economia global se recupera, mas riscos permanecem

Entre os potenciais problemas de curto prazo, Blanchard apontou uma eventual deflação na Europa, a possibilidade de que a recuperação do Japão não se sustente, depois dos estímulos recentes, um pouso forçado na China, novos episódios de volatilidade nos mercados e riscos geopolíticos, como a crise entre Ucrânia e Rússia.

EUA, Europa & Ásia- Ao analisar os países desenvolvidos, Blanchard ressaltou que os Estados Unidos estão em melhor forma, preparados para crescer a taxas mais fortes. O FMI projeta para este ano avanço de 2,8%, acima da taxa de 1,9% do ano passado. O setor privado vai bem e o ajuste fiscal será bem menos severo do que em 2013.

Crescimento - Na Europa, Alemanha, França e Reino Unido mostram uma melhora do crescimento, enquanto os países da periferia da zona do euro ainda enfrentam dificuldades para avançar a taxas mais rápidas. O risco é de que a região passe por um período prolongado de inflação muito baixa ou por uma deflação. No Japão, há dúvidas quanto à capacidade de o país continuar a recuperação iniciada depois dos estímulos fiscais e monetários recentes.

Emergentes - Os emergentes terão de se acostumar a um novo ambiente que não é necessariamente pior, segundo Blanchard. O crescimento mais forte dos países desenvolvidos vai ajudar as exportações. Será necessário, contudo, conviver com juros mais altos, uma possível maior aversão ao risco e mais incertezas. Ele observou que os países emergentes devem continuar a crescer a taxas mais elevadas que os países desenvolvidos, ainda que inferiores às registradas antes da crise.

Prioridade - Segundo ele, depois de vários anos em que a prioridade da economia global era escapar da crise e impulsionar a demanda, entra em cena a necessidade de estimular a oferta com medidas para impulsionar o crescimento potencial (aquele que não acelera a inflação). Blanchard participou do seminário “III World Economy and Brazil”, promovido pela FGV Projetos e pela Brazilian American Chamber of Commerce.