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FINANÇAS: Governo defenderá novo modelo de investimento

Integrantes do governo brasileiro vão defender durante a reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, nesta semana, em Washington, uma nova prática de investimentos na área de infraestrutura no país


Publicado em: 15/04/2015 às 18:10hs

FINANÇAS: Governo defenderá novo modelo de investimento

O objetivo é mostrar que os aportes de capitais para esses projetos no Brasil podem se tornar um ativo alternativo a outras opções de renda fixa e variável que estão disponíveis no mercado, possuem baixo risco e costumam ser mais atrativas.

Oportunidade - A reunião de primavera do FMI e do Banco Mundial é uma oportunidade para os governos dos países apresentarem suas metas e propostas a investidores em busca de novos aportes de capital. Segundo estimativas do Banco Mundial, para obter taxas mais favoráveis de crescimento, os países em desenvolvimento devem investir US$ 1 trilhão por ano em infraestrutura até 2020. A instituição calcula que esse montante estaria disponível, mas há dificuldades para canalizá­lo aos países que necessitam de recursos.

Emergentes - No caso dos emergentes, os aportes do setor privado para infraestrutura vêm caindo. Em 2012, os emergentes ­ Brasil incluído ­ receberam US$ 186 bilhões e, em 2013, foram US$ 150 bilhões, segundo cálculos do banco. A delegação brasileira, sob o comando do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, terá vários encontros com investidores e deverá apresentar três linhas gerais para aportes em infraestrutura.

Melhores instrumentos- A primeira é a criação de melhores instrumentos para investidores na área de "project finance". Diante do ajuste fiscal, os aportes diretos do BNDES estão sofrendo uma redução natural. Por isso, há a necessidade de fazer com que os investimentos tenham novas formas de sustentação.

Governança - A segunda linha vai nesse sentido, já que prevê o fortalecimento da área de governança na infraestrutura. O governo pretende elaborar projetos capazes de oferecer aos investidores uma visão de longo prazo para os aportes. Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, os investimentos em infraestrutura, como aqueles feitos por meio da aquisição de debêntures, costumam envolver riscos mais elevados, o que aumenta a taxa de retorno.

Solução - As dificuldades para a realização desses aportes eram solucionadas a partir da atuação do BNDES, que entrava com subsídios aos projetos, garantindo a realização. Agora, esse cenário mudou e o governo pretende elaborar projetos com prêmio baixo e modicidade tarifária.

Linhas de financiamento - A ideia é oferecer recursos por meio das linhas de financiamento do BNDES com TJLP, atualmente em 6% ao ano, às empresas que captem recursos adicionais no mercado, como debêntures. Se essa meta for atingida, a expectativa é que haverá uma alavancagem no mercado de capitais, vista como necessária e positiva pela Fazenda.

Riscos regulatórios - A terceira linha envolve um esforço do governo para reduzir riscos regulatórios e garantir previsibilidade nas regras para a participação nos projetos. Essas medidas dariam mais segurança a investidores internacionais. O objetivo é criar condições para que o mercado comece a reduzir o custo do capital para investimentos no Brasil.

Encontros intensificados - Como a Fazenda espera obter resultados num curto prazo, os encontros com investidores devem ser intensificados a partir de quinta­feira, quando Levy chegará em Washington, e estendidos até a semana que vem, já que o ministro irá a Nova York para mais reuniões logo após o fim do evento do FMI.

Concessão - Nesses diálogos não haverá a defesa de aportes num setor específico da economia, mas na área de infraestrutura como um todo. "O objetivo será, sobretudo, o de apresentar mudanças nos modelos de concessão num contexto de busca de maior atratividade do setor privado para investir nessas áreas e dinamização do mercado de capitais no Brasil", informou uma fonte da área econômica.

Novo ambiente - Também não será feita a defesa de uma modalidade específica de investimento, mas a apresentação de um novo ambiente no país para a realização de aportes.

Fonte: Informe OCB

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