Publicado em: 27/11/2013 às 18:00hs
Com desaceleração no ritmo de consumo, as famílias tentam agora reorganizar as dívidas contratadas. Mas, para fazer isso, elas estão recorrendo ao crédito pessoal, e esse movimento provocou alta do nível de endividamento em novembro, para 63,2%, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O nível superou a parcela dos endividados em outubro, que era de 62,1%, e ainda mais o registrado em novembro de 2012, quando as famílias com contas a pagar eram 59% do total.
A expansão no financiamento de imóveis também contribuiu para a elevação das dívidas. Segundo a CNC, 7,2% do total de famílias contrataram esse tipo de crédito, ante 6% em igual mês do ano passado.
Esse aumento poderia indicar uma escalada da inadimplência nos próximos meses, observa a economista da CNC Marianne Hanson. Mas, apesar do crédito mais caro e da redução no ritmo de crescimento da renda, o prazo maior para o pagamento tem ajudado a manter essa estatística baixa. "É importante ressaltar que houve desaceleração no consumo, mas as pessoas continuam comprando", avalia Marianne.
Em novembro, o porcentual das famílias com dívidas em atraso recuou para 21,2% em novembro, ante 21,6% no mês passado.
Segundo Marianne, isso mostra que o perfil de endividamento não se reflete em inadimplência, pelo menos por enquanto. "No futuro, com novo aumento dos juros, ficará mais difícil renegociar. Isso pode levar a uma alta da inadimplência." Hoje, o porcentual de famílias que declaram não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso - e que, portanto, permaneceriam inadimplentes - é de 6,6%.
Fonte: O Estado de S. Paulo
◄ Leia outras notícias