Brasil

Em parceria com o agronegócio

Paulo Assis esclarece que o projeto premiado visa ainda ao aproveitamento do potencial do agronegócio em uma sinergia com o setor siderúrgico e metalúrgico


Publicado em: 02/07/2014 às 13:50hs

Em parceria com o agronegócio

"Existe no país uma produção Agrícola bastante pujante, notadamente, Cana-de-açúcar, café, arroz e outros. Esses produtos, durante seu processamento, geram resíduos. Parte deles não é aproveitada e muitas vezes constitui um passivo ambiental que, além de contaminar o solo, prejudica a atmosfera, através da emissão de metano, que é 24 vezes pior que a emissão de gás carbônico."

O professor ressalta que a contribuição do grupo foi exatamente avaliar esse potencial e encontrar alternativas de uso no setor siderúrgico, que sempre consome muita energia. As vantagens são sociais, econômicas, financeiras e ambientais e, segundo ele, a viabilidade técnica do projeto é inquestionável pelos estudos até então realizados. "Temos recebido muito apoio pela maior associação mundial de ferro e aço do mundo, que é a Association for Iron and Steel Technology, sediada nos EUA. Este ano, o grupo recebeu, pela terceira vez, o prêmio de reconhecimento técnico. Isso, em um país que tem toda a sua matriz energética fundamentada em combustíveis não renováveis, mostra que os norte-americanos estão atentos às produções científicas desenvolvidas no mundo para minorar o impacto ambiental de um consumo exacerbado de combustíveis não renováveis, a despeito de não terem assinado o Protocolo de Kyoto."

Assis ressalta que o grupo envolvido nesses projetos é bastante eclético e tem trabalhado desde 2004 com as alternativas do uso da biomassa. "Inicialmente, nosso foco foi o carvão vegetal, visto que a indústria siderúrgica nacional atualmente tem uma participação desse redutor bastante notável (cerca de 25%), e, posteriormente, outros materiais da biomassa foram sendo anexados ao projeto."

A produção de ferro-gusa no Brasil é dependente de dois redutores. O primeiro, o coque, é um material derivado da transformação do carvão mineral e responsável por cerca de 75% de toda a produção de gusa. O segundo, o carvão vegetal, derivado da carbonização da madeira (eucalipto principalmente), é o responsável pelo restante. A grande vantagem do segundo em relação ao primeiro é que ele é genuinamente nacional e oriundo de florestas plantadas, amenizando a pressão sobre o carvão vegetal de florestas nativas.

Metas

Criado em 1997, em Kyoto, no Japão, esse documento foi assinado pela Convenção do Clima da Organização das Nações Unidas e definiu metas de redução de emissões para os países desenvolvidos, responsáveis históricos pela mudança atual do clima. Esses países se comprometeram a reduzir as emissões totais de gases de efeito estufa a, no mínimo, 5% abaixo dos níveis de 1990, no período compreendido entre 2008 e 2012. Os países não listados no chamado Anexo I, entre eles o Brasil, tiveram estabelecidas medidas para que o crescimento necessário de suas emissões fosse limitado pela introdução de medidas apropriadas. O protocolo entrou em vigor em fevereiro de 2005, mas nem todos os países industrializados, como os Estados Unidos, assinaram o documento.

Fonte: Correio Braziliense

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