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Economista da Fiergs traça um panorama sobre o cenário econômico

O Brasil vive uma das piores crises econômicas dos últimos anos. Nem mesmo em 2009, quando houve a grande crise financeira internacional, o País viveu um cenário tão complicado


Publicado em: 09/04/2015 às 16:20hs

Economista da Fiergs traça um panorama sobre o cenário econômico

O Brasil vive uma das piores crises econômicas dos últimos anos. Nem mesmo em 2009, quando houve a grande crise financeira internacional, o País viveu um cenário tão complicado. Hoje, as taxas de juros estão mais elevadas, a inflação se mantém alta e o País amarga um escândalo na Petrobras que coloca por terra o legado econômico do governo Dilma Rousseff.

Para abordar sobre problemas que assolam a economia como os impactos do aumento de combustíveis, fretes, ajustes fiscais e outras medidas que aumentam os custos na produção e na indústria, o economista chefe da Fiergs, André Nunes, apresentou uma palestra sobre o cenário econômico no Brasil e no Rio Grande do Sul e os impactos nas cadeias produtivas. O encontro reuniu, na sede da Asgav, empresários dos setores da avicultura gaúcha e de outros segmentos do agronegócio e representantes dos governos estadual e federal no dia 7 de abril.

O economista traçou um panorama sobre os desafios do Brasil rumo ao desenvolvimento, no início da década de 90, que incluíram garantir equilíbrio monetário e fiscal, criar uma rede de seguridade social efetiva e melhorar o ambiente de negócios. Porém, ao invés de avançar, o Brasil retrocedeu na política econômica e agora o desafio em 2015 é estabilizar a economia.

“Hoje, o tripé da política macroeconômica foi corroído. A maquiagem dos dados de resultado primário para dar sustentação ao aumento das despesas é exemplo disso. A carga tributária de 37% do PIB, somado ao déficit nominal de quase 7% do PIB, chegamos a um número assustador, recursos equivalentes a 44% da produção nacional passa pelo governo.”

Conforme Nunes, o governo absorve recursos da economia e distribuiu de uma forma muito ineficiente. O economista também criticou o controle de preços como instrumento de política monetária. “A inflação tem que ser controlada nas suas causas.” “Vivemos uma crise econômica 100% nacional, por isso precisamos expandir o mercado de consumo”, disse o economista. Entre as grandes economias, o Brasil foi o que apresentou o menor crescimento e a maior inflação em 2014 .

Segundo levantamento feito pelo Banco Mundial na pesquisa Doing Business, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking de burocracia com 2.600 horas/ano, ficando atrás apenas da Bolívia com 1.025 horas/ano. O País ocupa o 120º lugar em dificuldades para realizar negócios, ocupando a 6ª colocação pior no mundo. Há também uma grande dificuldade na criação de novos negócios, o país ocupa o 167º lugar entre os mais difíceis para abrir uma empresa, levando 83 dias.

Com relação ao desempenho do setor de aves e suínos, em 2014 os preços dos insumos agrícolas estiveram em queda ou com baixo crescimento. Isso representou uma menor pressão sobre os custos da indústria de aves e suínos, já para 2015, os preços já apresentam um crescimento expressivo.

O secretário da Agricultura e Pecuária, Ernani Polo, frisou que a instabilidade econômica é motivo de muita preocupação e o governo do Estado está trabalhando fortemente na sanidade e no status sanitário para agregar valor a produção gaúcha. “Estamos trabalhando de forma integrada com a Secretaria da Agricultura, Ministério da Agricultura e Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para obter esta conexão com os setores.” E garantiu que está sendo criado um grupo no Fundesa para avançar na retirada da vacina contra a febre aftosa.

Segundo o presidente da Asgav/Sipargs, Nestor Freiberger, esse tipo de evento reflete a preocupação de setores como a avicultura gaúcha que por muito tempo sofreu o peso da guerra fiscal e também os custos elevados do aumento dos preços dos grãos, adequações da plataforma industrial às normas trabalhistas, energia elétrica, queda nas exportações e por último os efeitos prejudiciais da greve dos caminhoneiros. “É um momento delicado e de certa precaução. O mercado avícola tem um teto limitado de preços de mercado que é aceitável pelo consumidor e se tivermos mais aumentos nos custos, não teremos outra saída a não ser o repasse de custos para o preço final da carne e ovos.”

O dirigente também alerta que a indústria avícola não descarta uma redução de produção, empregos e até mesmo a possibilidade de paralisação de indústrias, caso a evolução de custos, aumento de taxas, tributos e outros encargos permaneçam. “O governo federal está com déficit de caixa, querendo aumentar a carga tributária, com problemas de receitas é preciso cortar despesas.”

 

Fonte: Assessoria de imprensa Sipargs

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