Publicado em: 27/02/2014 às 10:50hs
No Sul, Sudeste e Nordeste os economistas esperam um crescimento inferior ao registrado no passado, acompanhando a desaceleração esperada para o Produto Interno Bruto (PIB).
No Rio Grande do Sul, diz Martinho Lazzari, da Fundação de Economia e Estatística (FEE) - que também faz cálculos de PIB para o Rio Grande do Sul -, o setor agrícola deve ir bem, mas o crescimento será menor, porque virá na sequência do forte resultado deste ano. Na indústria, por outro lado, não haverá a entrada de uma linha nova de automóveis e a indústria gaúcha deve ser afetada pelas exportações à Argentina.
O impacto da Argentina sobre a produção também é uma preocupação da Fundação Seade e entra como um dos riscos ao crescimento paulista em 2014. O Estado destina 15% de suas exportações, a maioria delas de produtos manufaturados, para o país vizinho. "Para a indústria brasileira como um todo a exportação para a Argentina não é tão relevante, mas para São Paulo, para o Sul e para a indústria automobilística, o impacto é maior", pondera Haroldo Torres, diretor-adjunto de análise e disseminação da Fundação Seade.
Além do impacto dos vizinhos, Torres projeta um ritmo menos intenso também pela desaceleração do consumo interno - que cresce, mas a taxas menores. Esse cenário também está presente nas estimativas da Ceplan para o PIB do Nordeste. A consultoria estima um crescimento menor que o de 2013, algo próximo a 3%. "Ainda vamos crescer acima da média nacional, mas de forma menos intensa", pondera Jorge Jatobá, diretor da consultoria.
Neste ano, diz Jatobá, ainda são as políticas de renda que impulsionarão a economia, mas para o futuro - especialmente a partir do final de 2015 - ele projeta que os novos investimentos em curso na região, especialmente em Pernambuco, estarão concluídos, e ajudarão a dar um novo perfil ao Estado, com reflexos nos vizinhos. "Teremos maior adensamento de cadeias produtivas e melhor infraestrutura", pondera, listando a refinaria Abreu e Lima, a fábrica da Fiat, o Estaleiro Atlântico Sul, entre outros projetos.
Para os economistas, apesar da Copa do Mundo ser espalhada pelo país, com cidades-sede em todas as regiões, ela não será suficiente para alterar o ritmo das economias regionais. Embora o evento esportivo ofereça algum ânimo para serviços, turismo e varejo, o impacto final no crescimento das respectivas regiões será marginal. Em 2013, a Jornada Mundial da Juventude Católica e a Copa das Confederações ajudaram, mas não mudaram o ritmo do setor de serviços na capital fluminense.
Fonte: Canal do Produtor
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