Publicado em: 13/02/2015 às 11:30hs
Nem mesmo os gastos excessivos do governo, que provocaram um rombo das contas públicas, conseguiram fazer o Brasil crescer no ano passado. Segundo analistas ouvidos pelo GLOBO, os estímulos não surtiram efeito por causa da baixa confiança de empresários e famílias, em um cenário de esgotamento do modelo de crescimento econômico.
Mesmo com retração da economia, o resultado do IBC-Br, o índice de crescimento criado pelo BC, veio um pouco acima das expectativas dos economistas do mercado financeiro. Eles apostavam que o indicador mostraria retração de 0,2%.
- O número é bom porque surpreendeu todo mundo que esperava um dado pior. Mas é ruim porque reforça a desaceleração da economia - frisou o economista-chefe da Votorantim Asset, Roberto Padovani.
Os dados do BC mostram uma queda da economia de nada menos que 2,39% no último trimestre do ano passado. Pelas contas da autoridade monetária, a atividade econômica encolheu 0,55% em dezembro. Para o diretor de Pesquisas e Estudos do Bradesco, Octavio de Barros, esse desempenho reforça a aposta de uma retração da economia de 0,2% no quarto trimestre pelos dados oficiais, que serão divulgados pelo IBGE no mês que vem.
Há grandes diferenças metodológicas entre o Produto Interno Bruto (PIB) do BC e o oficial. O cálculo da autoridade monetária é mais simples e divulgado mais rapidamente. O indicador é usado para calibrar a política de controle de preços e definir a taxa básica de juros (Selic), hoje em 12,25% ao ano. É para o IBC-Br que o Comitê de Política Monetária (Copom) olhará para definir os juros no dia 4 de março. Os dados antecipados até agora reforçam o cenário de desaceleração da economia.
Fonte: O Globo
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