Brasil

Dólar sobe e Ibovespa recua com expectativa pela decisão do Copom

Moeda americana se fortalece e volta a testar os R$ 5,40


Publicado em: 04/11/2025 às 11:00hs

Dólar sobe e Ibovespa recua com expectativa pela decisão do Copom
Foto: Freepik

O dólar iniciou a terça-feira (4) em alta frente ao real, acompanhando o movimento global de valorização da moeda americana. Por volta das 9h15, o dólar comercial era negociado a R$ 5,3881, com avanço de 0,59%. Minutos depois, às 9h43, a cotação subiu para R$ 5,3975, alta de 0,74%.

Nos contratos futuros para dezembro, considerados os mais líquidos no mercado brasileiro, a moeda norte-americana atingia R$ 5,4285, em elevação de 0,63%. O movimento reflete um cenário de maior aversão ao risco, com investidores se desfazendo de ações e buscando proteção no dólar, enquanto as bolsas internacionais registravam quedas superiores a 1%.

No exterior, o fortalecimento do dólar ocorre após declarações da ministra das Finanças do Reino Unido, Rachel Reeves, sobre possíveis aumentos de impostos para conter o endividamento britânico, o que pressionou a libra esterlina. A moeda americana também avança frente ao euro e a divisas de países emergentes, como o rand sul-africano e o peso mexicano.

Ibovespa sente o clima de cautela após recordes históricos

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou a segunda-feira (3) em alta de 0,61%, aos 150.454 pontos, marcando um novo recorde de fechamento e a nona alta consecutiva. O desempenho foi impulsionado pela combinação de resultados corporativos positivos e maior entrada de capital estrangeiro.

Entretanto, o início desta terça-feira foi de ajuste. Os contratos futuros do Ibovespa registravam queda de cerca de 0,70%, refletindo um movimento de realização de lucros após a sequência de altas e a expectativa pela decisão do Banco Central sobre os juros. Analistas avaliam que o mercado deve se manter volátil até o anúncio do Copom.

Expectativa do Copom guia o mercado financeiro

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central iniciou hoje sua reunião de dois dias para definir o rumo da taxa básica de juros, a Selic. A decisão será anunciada na quarta-feira (5), e a maioria dos analistas projeta manutenção da taxa em 15% ao ano, diante da necessidade de conter pressões inflacionárias e preservar a atratividade dos ativos domésticos.

Segundo levantamento do InfoMoney, gestores de grandes fundos esperam que a Selic permaneça em patamar elevado também no próximo ano, com projeções em torno de 12,2% ao final de 2026. O cenário reforça o interesse pelo chamado “kit Brasil”, composto por real, títulos prefixados e ações locais.

Fatores externos e fiscais seguem no radar

Nos Estados Unidos, a paralisação parcial do governo ainda afeta a divulgação de indicadores oficiais, ampliando a incerteza sobre o ritmo da economia norte-americana. A falta de dados tem levado investidores a se apoiar em relatórios privados e nas declarações de dirigentes do Federal Reserve para antecipar os próximos passos da política monetária americana.

No Brasil, dados atualizados da produção industrial devem ser divulgados nesta terça-feira e podem indicar o fôlego da economia no quarto trimestre. Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou em evento em São Paulo que o país “está em situação melhor do que muitos analistas preveem” e negou qualquer mudança na meta fiscal para 2025.

Fonte: Portal do Agronegócio

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