Brasil

Dólar reage e sobe frente ao real com expectativa pelo Copom

Mercados olham para Federal Reserve e política monetária do Banco Central


Publicado em: 06/05/2024 às 11:05hs

Dólar reage e sobe frente ao real com expectativa pelo Copom

O dólar abriu a semana em alta contra o real, após uma queda significativa na semana anterior. Com a atenção voltada para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, investidores se mostraram cautelosos em relação ao cenário internacional e ao futuro da taxa de juros no Brasil.

Por volta das 10h10, horário de Brasília, a cotação do dólar à vista subia 0,3%, chegando a 5,0843 reais. O contrato de dólar futuro de primeiro vencimento na B3 subia 0,24%, sendo negociado a 5,0995 reais.

Segundo Diego Costa, chefe de câmbio para Norte e Nordeste da B&T Câmbio, o mercado espera uma correção após uma semana favorável ao real. "Tanto o otimismo quanto o pessimismo nos mercados são testados e confrontados com os indicadores econômicos, e é isso que observaremos nos próximos dias", disse Costa.

O foco do mercado esta semana está nas declarações de autoridades do Federal Reserve, após Jerome Powell, presidente do banco central norte-americano, praticamente descartar novas altas de juros ainda este ano. Dados de emprego mais fracos do que o esperado na sexta-feira aumentaram a expectativa de que o Fed corte sua taxa básica uma ou duas vezes em 2024.

Os economistas esperam que os membros do Fed sejam cautelosos em suas declarações, pedindo mais evidências de desaceleração da inflação e do mercado de trabalho antes de considerar novas ações.

O otimismo em torno do Federal Reserve, somado a boas notícias sobre a perspectiva de crédito do Brasil pela Moody's, contribuiu para a queda do dólar na semana anterior, fechando a última sessão cotado a 5,0693 reais, uma baixa de 0,86%. A divisa norte-americana acumulou uma queda de 0,93% durante a semana.

Enquanto isso, no Brasil, a expectativa se concentra na reunião do Copom, que terminará na quarta-feira, 8 de maio. Com a Selic atualmente em 10,75%, o Banco Central está sob pressão para decidir a velocidade dos cortes na taxa de juros. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, já indicou que pode haver uma redução no ritmo dos cortes, apesar de anteriormente ter sinalizado uma manutenção do ritmo de 0,50 ponto percentual.

Economistas consultados pela Reuters estão divididos sobre o ritmo de afrouxamento monetário: a maioria acredita numa desaceleração para 0,25 ponto, enquanto outros ainda apostam em uma manutenção do ritmo de 0,50 ponto. As probabilidades implícitas em contratos futuros de juros apontam quase 90% de chance de um corte de 0,25 ponto percentual nesta semana.

O diferencial de juros entre Brasil e EUA é crucial para a estabilidade do real. Um maior diferencial torna o real mais atrativo para estratégias de "carry trade", onde investidores tomam empréstimo em países com taxas mais baixas e aplicam o dinheiro em mercados mais rentáveis. No entanto, se a decisão do BC de desacelerar o afrouxamento for motivada por incertezas fiscais, isso pode anular o efeito positivo para o real, uma vez que a saúde das contas públicas também influencia as decisões de investimento.

Fonte: Portal do Agronegócio

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