Publicado em: 02/05/2025 às 10:20hs
O dólar iniciou as negociações desta sexta-feira (2) em queda de 0,20%, cotado a R$ 5,6652, após a China manifestar a disposição de negociar com os Estados Unidos sobre as tarifas impostas durante a administração do ex-presidente Donald Trump. O governo chinês afirmou que está avaliando uma proposta feita pelos norte-americanos para iniciar conversações sobre as tarifas de 145% que afetaram as importações entre os dois países.
De acordo com a mídia estatal chinesa, os Estados Unidos buscaram, na quinta-feira (1º), abrir um canal de diálogo para discutir as tarifas e suas consequências econômicas. Em resposta, o Ministério do Comércio da China ressaltou que, para que as negociações avancem, os EUA devem "demonstrar sinceridade", corrigir suas práticas e cancelar as tarifas unilaterais. A China alertou ainda que a tentativa de usar a negociação como um pretexto para coação ou extorsão não será aceita.
Na última quarta-feira (1º), o dólar teve alta de 0,83%, fechando a R$ 5,6770, após uma sequência de quedas. Com isso, a moeda norte-americana acumula uma desvalorização de 0,17% na semana, 0,50% no mês e 8,13% no ano.
A movimentação do dólar reflete um cenário de maior expectativa por uma possível redução nas tensões comerciais, que vinha impactando negativamente o mercado. No entanto, o recuo do dólar nesta sexta-feira indica um alívio momentâneo, com os investidores reagindo positivamente à abertura de negociações pela China.
O Índice Bovespa (Ibovespa) registrou queda de 0,02% na quarta-feira (1º), fechando aos 135.067 pontos. Apesar do pequeno recuo, o índice acumula uma alta de 0,24% na semana, avanço de 3,69% no mês e ganho de 12,29% no ano. O mercado segue atento aos desdobramentos das negociações comerciais, que têm gerado um clima de otimismo entre os investidores.
Os mercados reagiram positivamente à notícia de que a China está mais aberta a negociações com os Estados Unidos. Esse movimento é um contraste com a postura mais rígida adotada por Pequim nos últimos meses, quando as tarifas de Trump foram um fator de tensão e resistência.
Na quarta-feira, o dólar interrompeu uma sequência de oito quedas consecutivas, refletindo os efeitos das tarifas sobre a economia americana. O impacto das restrições tarifárias foi evidenciado nos dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, que registraram uma queda anualizada de 0,3% no primeiro trimestre de 2025. A expectativa era de um crescimento de 0,3%, o que evidenciou a desaceleração econômica.
Esse desempenho negativo foi atribuído à elevação das importações nos EUA, com empresas antecipando compras externas para evitar o impacto das tarifas mais altas. O déficit comercial de bens atingiu um recorde histórico em março, enquanto o crescimento econômico no quarto trimestre de 2024 foi de 2,4%, muito superior ao crescimento observado no início de 2025.
Além disso, o índice de preços PCE, que é utilizado pelo Federal Reserve (Fed) para suas decisões sobre política monetária, registrou uma elevação para 3,6% no primeiro trimestre de 2025, frente a 2,4% no período anterior. Esse aumento da inflação é mais um fator que influencia as expectativas do mercado.
O Relatório Nacional de Emprego da ADP, que detalha a criação de vagas no setor privado dos EUA, também trouxe uma surpresa negativa, com a criação de apenas 62 mil postos de trabalho em abril, bem abaixo da expectativa de 115 mil.
Fonte: Portal do Agronegócio
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