Publicado em: 06/05/2025 às 10:35hs
O mercado aguarda com expectativa os encontros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil e do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos, que ocorrerão nesta semana. A seguir, detalhamos os principais fatores que estão movimentando o mercado financeiro neste início de semana.
O dólar opera em alta nesta terça-feira, cotado acima dos R$ 5,70 por volta das 9h40. No dia anterior, a moeda norte-americana avançou 0,63%, fechando o dia a R$ 5,6893. Este movimento de valorização do dólar reflete, principalmente, as incertezas sobre as próximas decisões dos bancos centrais de Brasil e Estados Unidos em relação às suas políticas de juros.
Tanto o Copom, no Brasil, quanto o Federal Reserve, nos Estados Unidos, iniciam suas reuniões de política monetária hoje, com anúncios programados para amanhã, quarta-feira (7). No Brasil, a expectativa é de que o Comitê decida pela sexta elevação consecutiva da taxa Selic, que atualmente está em 14,25% ao ano, em um esforço para conter a inflação, que terminou 2024 acima da meta estipulada pelo governo.
Por outro lado, os investidores norte-americanos aguardam que o Fed mantenha suas taxas de juros inalteradas, na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano. Contudo, mais do que a manutenção das taxas, o mercado estará atento às sinalizações sobre o futuro da política monetária dos EUA, especialmente em um cenário de incertezas econômicas geradas pelas tarifas de Donald Trump.
O impacto das tarifas de Donald Trump sobre produtos importados continua a reverberar nos mercados globais. O aumento nas tarifas pode gerar uma pressão inflacionária nos Estados Unidos, o que prejudica a economia ao elevar os custos e reduzir o poder de consumo. Em um recente episódio, Trump anunciou uma tarifa de 100% sobre todos os filmes produzidos fora dos EUA, uma medida que intensifica a percepção de um cenário econômico desafiador.
A situação também gera tensões diplomáticas, com a União Europeia reafirmando que não se submeterá a um acordo comercial desfavorável. O comissário de Comércio da União Europeia, Maros Sefcovic, declarou que o bloco não cederá à pressão de um acordo que não beneficie os seus interesses.
No Brasil, o diferencial de juros entre o país e os Estados Unidos torna os títulos públicos brasileiros mais atraentes para os investidores internacionais, o que poderia resultar em maior fluxo de capital para o Brasil e fortalecer o real em relação ao dólar. Enquanto isso, a expectativa sobre uma possível continuidade na alta da Selic no Brasil também pesa nas decisões dos investidores.
As tensões comerciais geradas pelas políticas tarifárias dos EUA também afetam as relações internacionais. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o Brasil está em negociações com os Estados Unidos para encontrar uma solução para as tarifas impostas, buscando um entendimento que beneficie a região da América do Sul. Haddad destacou a importância de se chegar a um acordo que não prejudique o comércio entre os dois países, considerando os déficits comerciais que afetam as nações da América Latina.
O índice Ibovespa, que encerrou o pregão anterior com queda de 1,22%, também reflete a instabilidade nos mercados, acumulando perdas tanto na semana quanto no mês. Apesar disso, o índice ainda registra um avanço de 10,98% no acumulado do ano, o que demonstra a recuperação da Bolsa após uma fase de volatilidade.
O mercado continua a digerir as consequências das políticas monetárias e tarifárias em andamento, com os investidores atentos às decisões dos bancos centrais e aos impactos das tarifas impostas pelos EUA. A oscilação do dólar e o desempenho do Ibovespa são reflexos das expectativas e incertezas que dominam o cenário econômico, tanto no Brasil quanto no exterior.
Com informações da agência de notícias Reuters
Fonte: Portal do Agronegócio
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