Publicado em: 20/05/2014 às 09:40hs
Produtores brasileiros estão ainda mais velhos e mais antenados com as novas tecnologias
A 6ª edição da Pesquisa Comportamental e Hábitos de Mídia do Produtor Rural Brasileiro, levantamento feito com 2.581 produtores rurais pelo instituto IPSOS Media CT, revelou que, apesar de a tomada de decisão no campo brasileiro ainda estar majoritariamente (90%) na mão – ou cabeça – dos homens, a participação feminina tem crescido a taxas impressionantes: cerca de 50% nos últimos dois anos. As mulheres já são 10% dos proprietários rurais.
Outra característica apontada pela pesquisa, feita sob encomenda da Associação Brasileira de Marketing Rural & Agronegócio (ABMR&A) e divulgada na última quarta-feira (14) em São Paulo, é que o produtor rural está mais velho, embora menos do que na Europa ou nos Estados Unidos, por exemplo. O percentual de agricultores entre 51 e 60 anos subiu de 20% para 25% nos últimos dez anos, enquanto que os acima dos 60 anos somam 18% – eram 11% na pesquisa de 2003/04.
Mais velhos ou não, os produtores rurais brasileiros se mostram ligados a novas tecnologias, tanto as relacionadas diretamente à produção como à comunicação. O acesso à Internet cresceu de 30% para 39% em relação ao último levantamento, feito há dois anos, já sendo maior que a leitura de jornais (34%) e de revistas, sejam segmentadas no agro (23%) ou de interesse geral (36%) e a inclusão só não aumenta por limitações de infraestrutura.
Além disso, os produtores são bastante adeptos das redes sociais: 47% acessam sites e redes de relacionamento, sendo o Facebook utilizado por 93% dos conectados à Internet.
Mais instrução e maior preocupação ambiental
Além de aberto à inovação, o produtor rural brasileiro tem grau de instrução superior ao da população geral. A pesquisa mostrou que 21% deles têm curso superior ou mais, contra 17% na população. Quando se compara quem tem pós-graduação, a diferença aumenta: 12% dos produtores rurais contra 4% da população.
Crescimento da preocupação ambiental e da adoção de práticas que ajudam a preservar o ambiente no campo também foi outro ponto positivo mostrado pela pesquisa: 85% dos produtores de culturas sazonais empregam o plantio direto e 86% possuem alguma política de manejo e entrega de embalagens vazias de agrotóxicos dentro da propriedade. “É um sinal de aumento da sustentabilidade no campo”, afirma Daniel Baptistella, presidente da ABMR&A.
O levantamento foi feito durante o ano passado e início deste com produtores de onze culturas, como cana, soja, café e algodão, e quatro rebanhos (bovinos de corte e leite, aves e suínos). “As cinco edições anteriores da pesquisa da ABMR&A (1986, 1992, 1999, 2004 e 2009) têm sido utilizadas como ferramentas de apoio na tomada decisão estratégicas de empresas e associações”, afirma Baptistella.
Fonte: Sou Agro
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