Publicado em: 07/05/2025 às 10:35hs
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reúne nesta quarta-feira (7) e a expectativa é de que a taxa básica de juros, a Selic, seja elevada de 14,25% para 14,75% ao ano. Esse aumento de 0,5 ponto percentual colocaria a Selic no maior nível desde julho de 2006. Essa decisão reflete a busca do BC para controlar a inflação, que continua a pressionar a economia brasileira.
A decisão de elevar os juros em 0,5 ponto percentual já era aguardada pela maior parte do mercado financeiro, de acordo com as declarações recentes do próprio Banco Central. A medida, se confirmada, representará a sexta elevação consecutiva na taxa de juros, um movimento iniciado para conter a inflação e atingir as metas econômicas. Com isso, a Selic voltaria a níveis não vistos desde o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando a taxa estava em 15,25% ao ano.
O Banco Central tem enfatizado que a manutenção do ciclo de altas na Selic tem o objetivo de desacelerar o crescimento econômico. O presidente da instituição, Gabriel Galípolo, destacou no final de abril que os sinais de desaceleração ainda são incipientes e que é necessário manter vigilância sobre a evolução dos preços. A inflação no Brasil segue sendo pressionada por fatores como o nível aquecido de atividade econômica, um mercado de trabalho robusto e os gastos públicos elevados.
Além disso, o cenário econômico global também tem influenciado a política monetária brasileira. O "tarifaço" do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem desacelerado a expansão mundial, o que, por consequência, afeta o Brasil.
O BC adota um sistema de metas de inflação para ajustar a taxa de juros. Quando as projeções de inflação estão dentro da meta, a Selic pode ser reduzida. No entanto, quando as projeções estão acima da meta, o Banco Central tende a manter ou até aumentar a taxa de juros. A meta de inflação para 2025 é de 3%, com um intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%.
Em suas decisões, o Banco Central antecipa-se aos efeitos econômicos, pois os impactos da Selic na economia demoram de seis a 18 meses para se refletir plenamente. Assim, o BC já está considerando as metas de inflação para 2026 e 2027 em suas projeções.
Com a possível alta da Selic, especialistas apontam que diversos efeitos podem ser observados na economia. Entre as principais consequências estão:
A manutenção do ciclo de alta da Selic está diretamente ligada ao controle da inflação e à necessidade de desacelerar a economia. O Banco Central, embora já tenha sinalizado que está atento aos sinais de desaceleração, ainda considera a inflação acima das metas estabelecidas. O cenário econômico doméstico e global continuará a influenciar as decisões futuras sobre a taxa de juros.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias