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"Commoditie" pressionam mais a balança comercial

Abalada pelo déficit de US$ 3,7 bilhões acumulado até a terceira semana de junho, a balança comercial deve enfraquecer ainda mais com a queda de preços das commodities exportadas pelo Brasil


Publicado em: 26/06/2013 às 18:00hs

"Commoditie" pressionam mais a balança comercial

Dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que, nas três primeiras semanas do mês, os embarques de semimanufaturados de ferro e aço tiveram queda de 35,7% em relação a maio e 54,1% ante junho de 2012. As vendas de laminados planos caíram 31,5% e 41%, respectivamente.

As commodities representam 70% da pauta de exportações, e são elas que vêm sustentando a balança. Embora as exportações de soja tenham aumentado 31% em comparação com junho de 2012, as vendas caíram 14,1% ante maio deste ano. Os embarques de óleos combustíveis caíram 16,9% ante maio e 26,7% em relação a junho de 2012. Já as exportações de algodão caíram 41% e 58%, respectivamente.

Entre as razões para a queda nas commodities estão a redução do crescimento da China e a perspectiva de freio na política de incentivos nos EUA. O secretário-executivo da Federação da Agricultura de Mato Grosso (Famato), Seneri Paludo, lembrou que a safra americana de soja deve bater um novo recorde. A expectativa de que a colheita será boa já influencia os preços.

- Quando há uma queda no preço, o produtor e o vendedor se retraem à espera de um cenário melhor - afirmou.

Outro produto que preocupa é o minério de ferro, responsável por 13% das exportações brasileiras. Segundo a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), o preço do minério exportado caiu de US$ 108,9 dólares a tonelada na primeira semana de junho para US$ 105,9 na segunda. Na terceira, despencou para US$ 93,4.

- Se juntar a queda do minério de ferro, que será sentida com mais força nos próximos meses, com o fim dos embarques de soja e a diminuição do preço do petróleo no mercado externo, a combinação é explosiva. São os principais produtos que vendemos para a China - disse o presidente da AEB, José Augusto de Castro.

O economista Fábio Silveira, da GO Associados, lembrou que, apesar das manifestações tranquilizadoras do Banco Central da China, sabe-se que o manejo do crédito é um desafio para as autoridades chinesas, devido à enorme extensão territorial e à complexidade econômica do país. Ele citou, ainda, o domínio insuficiente de técnicas de concessão de empréstimos.

- Houve aumento considerável da chance de haver um mergulho dos preços dos ativos globais no biênio 2013-14.

O Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) mostra que nas três primeiras semanas de junho, as exportações somaram US$ 16 bilhões. As importações ficaram em US$ 14,5 bilhões, resultando em superávit de US$ 1,65 bilhão. No ano, as compras externas superaram as vendas em US$ 4 bilhões.

Fonte: O Globo

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