Publicado em: 06/03/2014 às 17:00hs
O Banco Central manteve na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) a avaliação de que é apropriada a continuidade do ciclo de ajuste das condições monetárias ora em curso, mas retirou o termo "ritmo" que constava na ata da reunião anterior o comitê. Na semana passada, o Copom elevou o juro de 10,50% para 10,75% ao ano, a oitava alta seguida desde abril de 2013, quando foi iniciado o ciclo de aperto monetária.
Na ata da reunião do Copom de janeiro, a diretoria do BC tinha destacado que era "apropriada" a continuidade do ritmo de ajuste das condições monetárias ora em curso". A ata também trouxe outra mudança ao incluir ao acrescentar que os efeitos das ações de política monetária sobre a inflação são "cumulativos". O documento manteve a ponderação de que esses efeitos se manifestam com defasagens.
O Banco Central manteve a avaliação a inflação ainda mostra resistência, mas incluiu que isso acontece "não obstante moderação observada na margem".
O documento aumentou a projeção para o IPCA de 2014 no cenário de mercado em relação ao valor considerado na reunião de janeiro. Essa projeção continua acima da meta para inflação, mas o número exato da estimativa não foi informado.
No cenário de referência, a estimativa para a inflação de 2014 "se manteve relativamente estável" em relação ao valor considerado na última reunião, e também permanece acima da meta de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para a inflação em 2015, a projeção no cenário de referência teve redução ante o valor considerado na reunião de janeiro, mas ainda se encontra acima da meta. No cenário de mercado, a projeção do IPCA para o ano que vem manteve-se estável.
Na ata anterior, relativa à reunião de janeiro, o documento trazia apenas que, para 2015, "em ambos os cenários, a projeção de inflação se posiciona acima da meta" e não detalhava se havia ocorrido um movimento de alta ou de baixa em relação à perspectiva anterior. Vale lembrar que, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado ao final de dezembro do ano passado, o BC havia informado que, no cenário de referência, sua expectativa era de uma inflação em 5,6% ao final de 2014 e de 5,4% no encerramento do ano que vem. Já no cenário de mercado, a projeção do Copom é de IPCA encerrando 2015 em 5,3% - a mesma taxa de 5,6% é aguardada para o acumulado deste ano.
Diante destes cenários, o Banco Central manteve na ata a avaliação de que a política monetária deve se manter "especialmente vigilante". De acordo com o documento, isso deve ocorrer de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação persistam no horizonte relevante.
O BC também registrou novamente que a inflação tem se mostrado ligeiramente acima daquela que se antecipava. O documento manteve ainda o termo "tempestividade" ao reafirmar a necessidade de se reverter a persistência da inflação.
Ao citar a decisão tomada na reunião da semana passada, o Copom repetiu o comunicado emitido no dia de 26 de fevereiro, no qual já havia retirado a expressão "neste momento" ao informar a elevação de 0,25 pp na taxa Selic, que passou de 10,50% para 10,75%.
Dólar. O Copom manteve sua premissa para o câmbio em relação ao documento anterior, com cotação de R$ 2,40. O valor considerado para o dólar está acima do valor negociado no dia da decisão de elevar a Selic para 10,75% ao ano, na semana passada, quando o dólar à vista fechou cotado a R$ 2,3540, com alta de 0,64%.
No mercado futuro, o dólar para março fechou naquele dia cotado a R$ 2,3510, com alta de 0,26%. Para a taxa básica de juros (Selic), o colegiado ampliou o patamar considerado de 10,00% para 10,50% ao ano.
Fonte: Agência Estado
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