Publicado em: 18/12/2024 às 10:55hs
Projeção para o PIB em 2025
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nesta terça-feira (17) o relatório Economia Brasileira 2024-2025, no qual projeta crescimento de 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025. Para este ano, a estimativa foi revisada de 3,4% para 3,5%, mais do que o dobro da previsão inicial de 1,7%, anunciada no fim de 2023.
De acordo com a CNI, os fatores que impulsionaram o desempenho econômico em 2024 continuarão influenciando o crescimento no próximo ano, mas de forma menos expressiva. O consumo, por exemplo, deve avançar 2,4% em 2025, quase a metade dos 4,6% projetados para este ano. Já os investimentos devem crescer 2,6%, uma desaceleração frente aos 7,3% de 2024.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, destacou que a retomada do ciclo de alta da taxa Selic pelo Banco Central é um dos principais fatores que contribuirão para o menor ritmo de crescimento em 2025. "A alta dos juros deve conter o consumo e os investimentos devido à menor concessão de crédito. Além disso, observamos uma evolução mais lenta do mercado de trabalho, após três anos de resultados positivos, e uma redução no impulso fiscal, com menores compras do governo", afirmou Alban.
A projeção é de que a taxa Selic encerre 2025 em 12,75%, meio ponto percentual acima da estimativa para o fim deste ano. Nesse cenário, as concessões de crédito devem crescer apenas 7,1%, abaixo do desempenho observado em 2023.
Com a redução da demanda interna, a CNI projeta crescimento de 2,1% para a indústria no próximo ano. A indústria de transformação deve registrar alta de 2%, marcando dois anos consecutivos de crescimento, algo que não ocorre desde 2017-2018.
O setor de serviços, por sua vez, deve avançar 1,9%, enquanto a agropecuária deve apresentar recuperação significativa, crescendo 4,2%, após a queda esperada para 2024.
No cenário externo, as importações devem continuar em alta em 2025, embora em ritmo mais lento, influenciadas pela desvalorização do real e pelo crescimento moderado do PIB. Já as exportações devem apresentar desempenho mais favorável, impulsionadas pela recuperação da agropecuária.
Para este ano, a CNI revisou a expectativa de crescimento do PIB para 3,5%. O desempenho positivo é explicado pela expansão do mercado de trabalho, que deve gerar mais de 1,5 milhão de novas vagas formais, pelo aumento das concessões de crédito, estimadas em 10%, e pelo impulso fiscal.
Esses fatores devem elevar o consumo em 4,6% e os investimentos em 7,3%, com destaque para a compra de máquinas e equipamentos. Caso confirmadas, as projeções elevarão a taxa de investimentos de 16,4% para 17,3%.
O diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Rafael Lucchesi, enfatizou que o crescimento deste ano tem uma base mais equilibrada do que em 2022 e 2023. "No ano passado, o crescimento foi impulsionado por exportações, com destaque para a safra recorde e o bom desempenho da pecuária. Em 2024, o crescimento é mais equilibrado, impulsionado por fatores internos, como a demanda aquecida e o avanço dos setores de serviços e da indústria de transformação, que gera mais empregos, investe em inovação e impulsiona outros segmentos da economia", explicou Lucchesi.
A indústria deve crescer 3,3% em 2024, enquanto a indústria de transformação deve avançar 3,5%, um salto expressivo em relação à projeção inicial de 0,3% feita no ano passado. O setor de serviços também se destaca, com estimativa de alta de 3,7%. A agropecuária, em contrapartida, deve registrar queda de 2,7%, devido a perdas em safras de grãos provocadas por condições climáticas adversas.
A CNI estima que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechará 2024 em 4,8%, pressionada pelo aumento nos preços de alimentos e energia e pela desvalorização do real, em parte devido às incertezas fiscais. Para 2025, a previsão é de desaceleração, com a inflação recuando para 4,2%.
A melhora será impulsionada pelo menor crescimento econômico, desaceleração do mercado de trabalho, intensificação do aperto monetário e redução da pressão sobre os preços dos alimentos e da energia.
Fonte: Portal do Agronegócio
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