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China deve anunciar investimentos no Brasil

A China deve anunciar investimentos nos setores de transportes, energia e alimentos durante a passagem do presidente Xi Jinping ao Brasil nesta semana, por ocasião do encontro do Brics, em Fortaleza


Publicado em: 15/07/2014 às 14:00hs

China deve anunciar investimentos no Brasil

Os investimentos em projetos de infraestrutura, que podem incluir estradas de ferro, usinas de energia elétrica e exploração de petróleo, devem beneficiar ambas nações, de acordo com o presidente da Câmara de Comércio Brasil-China, Charles Tang.

"A China tem grande interesse nas commodities brasileiras, portanto, quer investir em estradas no Brasil para reduzir o custo do transporte", disse Tang. "É uma situação em que os dois lados ganham, porque o governo brasileiro quer atrair investimentos para a infraestrutura", disse.

Os líderes dos Brics - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - também devem anunciar progressos relacionados ao banco de desenvolvimento e ao Arranjo Contingente de Reservas (CRA), um fundo para socorrer nações durante crises.

Mas o relacionamento do Brasil com a China deve ser o foco da vinda do líder chinês ao País. Após a conclusão do encontro dos Brics na quarta-feira, Xi permanecerá no Brasil para uma visita de Estado.

O ministro do Desenvolvimento e Comércio do Brasil, Mauro Borges disse que ambas nações estão em busca de um canal de interação econômica. O Brasil quer exportar mais produtos de maior valor agregado para a nação asiática. A China é o maior parceiro comercial do Brasil, tendo importado US$ 21,8 bilhões do Brasil no ano passado, em sua maioria minério de ferro e soja.

"A China continuará a ser um parceiro importante" em commodities disse Borges, mas "queremos ampliar a pasta de nossas exportações" para o país asiático.

Os líderes chineses e empresas estatais vêm durante anos firmando acordos na área de recursos naturais no mundo, segundo a diretora do programa China e América Latina para a consultoria Inter-American Dialogue, Margaret Myers.

No passado, as companhias chinesas ingressaram em compras de terras, minas e outros ativos relacionados a recursos naturais, o que, por algumas vezes, alarmou alguns países preocupados com a segurança nacional. A reação negativa causada, que incluiu a imposição pelo Brasil de um limite nas compras por estrangeiros, mudou a tática chinesa, notou Margaret. As companhias chinesas estão agora adquirindo, por exemplo, fábricas de processamento, ao invés de adquirir fazendas produtoras de soja, diz a pesquisadora.

As companhias chinesas já têm um papel importante no desenvolvimento do pré-sal, o que a Petrobras não pode fazer sozinha. Em outubro, o Brasil vendeu o direito de exploração de um campo para o consórcio formado pelas duas maiores empresas de energia da China, a Cnooc e a China National Petroleum, pela Royal Dutch Shell, Total e Petrobras.

O ministro brasileiro disse que um contrato para a venda de aeronaves brasileiras para companhias áreas chinesas deve ser assinado durante a visita de Xi.

Fonte: Gazeta do Povo

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