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Cenário Econômico: Instabilidade Política e Dólar Alto Elevam Custos e Pedem Cautela no Campo

Com o dólar pressionado e o cenário fiscal em xeque, produtores rurais reforçam a vigilância no planejamento de safra e na gestão de custos


Publicado em: 26/12/2025 às 11:30hs

Cenário Econômico: Instabilidade Política e Dólar Alto Elevam Custos e Pedem Cautela no Campo

O setor produtivo rural brasileiro entra em uma fase de vigilância intensificada. O mercado financeiro atravessa um período de forte postura defensiva, onde a combinação de incertezas fiscais domésticas e a expectativa por decisões monetárias globais tem pressionado o câmbio, influenciando diretamente o planejamento de safra e a comercialização de commodities.

Fed e Política Monetária: O Olhar do Produtor no Mercado Externo

Conforme análise do Rabobank, o foco global está voltado para o dia 10 de dezembro, data da reunião do Federal Open Market Committee (FOMC). A expectativa é de um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros dos Estados Unidos.

Para o agronegócio, essa movimentação é crucial: juros americanos mais baixos podem aliviar o peso do dólar globalmente, embora o Rabobank projete um ciclo de cortes mais agressivo em 2026 do que o mercado atualmente estima. A sinalização do banco central americano ditará o ritmo da liquidez internacional nos próximos meses.

Câmbio e Exportações: Real Sofre Desvalorização Frente às Incertezas

A moeda brasileira apresentou um dos piores desempenhos globais recentemente. O dólar encerrou a última semana cotado a R$ 5,4506, uma depreciação semanal de 2,2% do real. O Rabobank estima que a divisa americana feche o ano de 2025 em R$ 5,50.

Essa valorização do dólar é resultado de um ambiente de maior risco político e fiscal no Brasil. Embora o dólar alto favoreça a receita das exportações, ele gera preocupação imediata no custo de produção, especialmente na aquisição de fertilizantes e defensivos importados para os próximos ciclos.

Atividade Econômica: PIB do 3º Trimestre Revela Desaceleração

Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre de 2025 confirmaram uma perda de tração na economia, com avanço de apenas 0,1%. Esse esfriamento é reflexo direto dos juros altos (política monetária restritiva), que limita o consumo e os investimentos em infraestrutura.

A projeção de crescimento do PIB para 2025 foi ajustada para 2,2%, mas a estimativa para 2026 permanece em 1,6%, sinalizando um crescimento moderado para os próximos períodos.

Agenda Estratégica: Copom e Inflação no Radar

A semana é decisiva para o planejamento financeiro das empresas do setor. Estão previstas divulgações fundamentais que impactam o crédito rural e o poder de compra do consumidor:

  • Decisão do Copom: Definirá o rumo da Selic e o custo do crédito.
  • IPCA de novembro: Indicador oficial da inflação brasileira.
  • Serviços e Varejo: Dados que medem a força da demanda interna.

Fonte: Portal do Agronegócio

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