Publicado em: 17/06/2015 às 16:20hs
Em um seminário sobre o tema, ocorrido ontem na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), empresários franceses apresentaram algumas soluções possíveis para o Brasil.
De acordo com o CEO da Suez Environnment na América Latina, Gabriel Toffani, a criação de sistemas para o reúso de água é uma das formas mais baratas e simples de gerir o recurso. Ele explica que a reutilização da água é voltada, em grande parte, para fins não potáveis, como para os trabalhos na agricultura e nas indústrias. Mas que a tendência é que o reúso seja cada vez mais direcionado para fins potáveis.
"É como tratar o esgoto de São Paulo, jogar em uma represa e "repotabilizar" a água para utilizá-la novamente. Ainda existem muitas barreiras psicológicas em relação à reutilização de água, mas com o passar do tempo, creio que isso vai desaparecer", afirma o CEO da Suez.
Segundo ele, essa não é somente uma barreira dos brasileiros. Ele informa que a média mundial de utilização de água proveniente do reúso com tratamento de esgoto é de apenas de 2%.
A empresa francesa, que está no Brasil desde 1957, tem alguns exemplos pelo mundo de sistemas de reutilização de água. Toffani conta que a companhia realizou um investimento no norte do México, construindo uma estação para tratamento de água de esgoto voltada para dois fins: para a agricultura e para a geração de energia.
Integração
O sócio diretor da Lima Azevedo Engenharia e Consultoria Empresarial e vice-presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Newton de Lima Azevedo, diz que a melhor forma de gerir a água é integrando-a com outros recursos e serviços. "Não adianta você falar de água e não falar de energia, de alimentos, de saúde, ou falar de planejamento urbano sem se referir à água. Existe uma necessidade de uma política pública da água no Brasil. Temos diversos planos: plano de resíduos sólidos, de recursos hídricos, de saneamento, de agricultura. No entanto, falta alguém que costure tudo isso em uma política pública só, ou seja, alguém que tenha uma visão de Estado", diz Azevedo. "A França pensa os recursos hídricos de forma integrada", acrescenta o especialista.
De acordo com o representante do Conselho de Análise Econômica Franco-Brasileira e representante em Paris da Fundação Getulio Vargas (FGV), Christian Stoffaës, a indústria de energia eólica e solar somam, hoje, 3 milhões de postos de trabalho no mundo.
O vice-presidente da América Latina da empresa francesa de tecnologia Itron, Samuel Lee, diz que a companhia tem desenvolvido ferramentas que buscam reduzir a perda de água. "Cerca de 34% da água produzida no mundo é perdida, que representa uma perda de 18 bilhões de dólares. Há mais de 100 anos a Itron tem experiência em medição de água. Queremos incorporar à esse medidor uma tecnologia de informação que vai permitir reduzir a perda de água", explicou o CEO Samuel Lee, durante o seminário na Fiesp.
Segundo o diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, Thomas Zanotto, os investimentos franceses no Brasil somam cerca de US$ 3 bilhões, com mais de 500 empresas instaladas em território nacional.
Comércio exterior
Segundo informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as trocas comerciais entre os dois países alcançaram US$ 8,6 bilhões, no ano passado. No período, as exportações brasileiras para a França somaram US$ 2,9 bilhões, enquanto as importações alcançaram US$ 5,6 bilhões.
Fonte: DCI
◄ Leia outras notícias