Publicado em: 05/05/2025 às 10:35hs
Os dados constam no Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (5) pelo Banco Central, com base em levantamento junto a mais de 100 instituições financeiras. Apesar da redução, a estimativa ainda permanece acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
De acordo com o relatório, a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 caiu de 5,55% para 5,53%. Apesar da leve redução, o número ainda supera o limite máximo da meta de inflação, fixado em 4,5%.
Para os anos seguintes, as previsões são:
Com a implementação do sistema de metas contínuas a partir de 2025, o objetivo do Banco Central é manter a inflação em 3% ao ano, com tolerância entre 1,5% e 4,5%.
O BC calibra a taxa básica de juros (Selic) para tentar manter a inflação dentro dessa faixa, considerando que os efeitos das mudanças nos juros levam de seis a dezoito meses para se manifestarem plenamente na economia.
A autoridade monetária já admite a possibilidade de a meta de inflação de 2024 ser novamente descumprida, caso o índice permaneça por seis meses seguidos acima do teto de 4,5%. Isso obrigaria o Banco Central a enviar uma nova carta pública ao Ministério da Fazenda, justificando o desvio.
Esse procedimento já ocorreu em janeiro deste ano, quando o presidente do BC, Gabriel Galípolo, atribuiu o estouro da meta a fatores como a intensa atividade econômica, a desvalorização do real e eventos climáticos extremos.
A inflação elevada afeta diretamente o poder de compra da população, principalmente das camadas com menor renda. Quando os preços sobem e os salários não acompanham esse crescimento, o consumo das famílias é prejudicado, impactando a economia como um todo.
A expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 continua em 2%, segundo o Boletim Focus. O PIB representa a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve como principal termômetro da atividade econômica.
Para 2026, a previsão de crescimento foi mantida em 1,70%.
A estimativa para a taxa básica de juros (Selic) ao final de 2025 caiu de 15% para 14,75% ao ano. Para os anos seguintes, as previsões foram mantidas:
Em março, o Banco Central elevou a Selic pela quinta vez consecutiva, para 14,25% ao ano, e sinalizou que pode haver novo aumento em maio.
O Boletim Focus também apresentou as seguintes estimativas:
As projeções do Boletim Focus indicam um cenário de ajustes graduais na economia brasileira, com redução nas expectativas inflacionárias e estabilidade em diversos indicadores. No entanto, os dados mostram que ainda há desafios significativos para o cumprimento das metas de inflação e para a consolidação de um ambiente econômico mais estável nos próximos anos.
Fonte: Portal do Agronegócio
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