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Atividade econômica recua 0,4% em julho, segundo 'prévia do PIB' do Banco Central

Após quatro meses de crescimento, retração marca maior queda desde maio de 2023. No acumulado do ano, o índice subiu 2,6% e, nos últimos 12 meses, avançou 2%


Publicado em: 13/09/2024 às 10:55hs

Atividade econômica recua 0,4% em julho, segundo 'prévia do PIB' do Banco Central

O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central, conhecido como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), registrou uma queda de 0,4% em julho na comparação com o mês anterior. A informação foi divulgada pelo Banco Central nesta sexta-feira (13). O recuo ocorre após ajuste sazonal, utilizado para permitir uma comparação mais precisa entre diferentes períodos.

Este resultado marca a primeira retração do indicador desde março de 2023, quando a atividade econômica caiu 0,2%. Além disso, a contração de julho foi a mais acentuada desde maio do ano passado, quando o índice havia recuado 1,8%.

Por outro lado, na comparação com julho de 2022, o indicador apresentou um crescimento expressivo de 5,3%. No acumulado dos sete primeiros meses de 2024, o IBC-Br registrou alta de 2,6% (sem ajuste sazonal), enquanto nos últimos 12 meses até julho o índice avançou 2%.

O PIB representa a soma de todos os bens e serviços produzidos no Brasil e é um dos principais indicadores da evolução econômica do país. No segundo trimestre deste ano, o PIB cresceu 1,4% em relação aos três meses anteriores, superando as expectativas dos economistas.

A alta do PIB indica um bom desempenho da economia, com aumento na produção, consumo e investimentos. No entanto, é importante ressaltar que o crescimento econômico nem sempre reflete diretamente uma melhora no bem-estar social.

Indicadores apontam aquecimento econômico

Apesar da retração observada em julho, os dados mostram que a atividade econômica manteve-se aquecida ao longo de 2024. Em sua última ata, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central destacou que a economia e o mercado de trabalho demonstraram um dinamismo maior do que o esperado.

Em junho, o Banco Central projetou um crescimento de 2,3% para a economia em 2024, mas essa previsão será revisada ao final de setembro. Paralelamente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, adiantou que o governo está revisando sua estimativa de crescimento para 2024, que pode ultrapassar os 3%.

Caso essa previsão se confirme, o PIB de 2024 mostrará uma aceleração em relação ao desempenho de 2023, quando a economia cresceu 2,9%.

Contudo, o crescimento econômico acelerado, somado ao bom desempenho do mercado de trabalho, levanta preocupações sobre o aumento das pressões inflacionárias. Diante desse cenário, o mercado financeiro prevê que o Copom deverá elevar a taxa básica de juros na próxima semana, de 10,5% para 10,75% ao ano, o primeiro aumento em dois anos.

A taxa de juros é ajustada pelo Banco Central para controlar a inflação, que tem como meta central 3%, com um teto de 4,5%. No entanto, as expectativas do mercado ainda estão acima desse limite.

IBC-Br e sua relação com o PIB

O IBC-Br foi criado como uma tentativa de antecipar o resultado oficial do PIB, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, os dois indicadores nem sempre caminham lado a lado, já que suas metodologias diferem.

Enquanto o cálculo do PIB incorpora o lado da demanda, o IBC-Br baseia-se em estimativas para os setores de agropecuária, indústria e serviços, além de impostos. Apesar das divergências, o IBC-Br é uma ferramenta importante para o Banco Central, que o utiliza para ajustar a política monetária do país, incluindo a definição da taxa básica de juros.

Em períodos de crescimento econômico mais lento, por exemplo, a pressão inflacionária tende a ser menor, o que pode influenciar nas decisões sobre o ajuste da taxa de juros.

Fonte: Portal do Agronegócio

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