Publicado em: 18/04/2012 às 17:20hs
A crise econômica da União Europeia e o embargo da Rússia continuam a emperrar as exportações das carnes mato-grossenses. Em março os envios registraram apenas uma leve alta de 7,42% na receita em março de 2012, frente ao mês em 2011, de US$ 103,1 milhões para US$ 110,7 milhões. O resultado positivo, no entanto, é creditado pelos setores produtivos à alta do dólar, visto que em volume os envios registraram decréscimo de 3,32% no comparativo, sendo enviados para o exterior só 32,2 mil toneladas de carne (in natura, industrializada e miudezas). Somente em carne bovina foram enviados US$ 72,2 milhões, o equivalente a 65,2% do total comercializado.
Os dados são da Balança Comercial do Agronegócio do mês de março, divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O balanço mostra que foram enviados ao exterior US$ 72,2 milhões em carne bovina, receita 11,7% superior aos US$ 64,6 milhões do mês em 2011. Todavia, em volume o incremento foi de apenas 5,03%, um salto de 14,1 mil toneladas para 14,8 mil.
Para a cadeia bovina o volume enviado é baixo e motivado pela ausência de grandes compradores, como Rússia e Irã. “É uma leve recuperação das exportações, mais em preço, por conta da alta do dólar, do que em quantidade. Para nós não importa só o valor enviado e sim a tonelada, também”, comenta o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), José João Bernardes.
Entre os países que mais compraram carne bovina de Mato Grosso está o Chile com uma receita gerada de US$ 10,4 milhões, 777,7% a mais que o ano passado. Alemanha comprou 346,1% a mais, mostrando a recuperação da Europa com um salto de US$ 334,9 mil para US$ 1,4 milhão. “Quem comprava pouco, como o Chile, passou a comprar mais devido a redução de alguns países. O Irã já há sinalização de volta nas compras”, frisa Bernardes.
FRANGO
Quem também apresentou alta significativa nas vendas foram as carnes de frango. O salto em março de 2012, ante 2011, foi de 1,25% de US$ 34,1 milhões para US$ 34,6 milhões. Porém, o setor apresentou queda no volume de 10,6%, enviando apenas 15,8 mil toneladas. “Vivemos um mercado de estabilidade hoje. O que é bom diante de que nestes 12 meses perdemos muitos cliente por conta da crise na Europa, porém mesmo assim acreditamos encerrar o ano, com a abertura de novos mercados, com 3% a 4% de aumento nas exportações”, diz o presidente da Associação Mato-grossense dos Produtores de Aves (Amav), Tarcísio Schroeter. Entre os novos mercados está a Alemanha que comprou US$ 119 mil. Entre os que adquiriram mais está a Angola com US$ 2,7 milhões, 177,08% a mais do que os US$ 995,4 mil em 2011.
SUÍNOS
Os envios de carne suína, ao contrário de bovina e frango, tiveram nova queda, ocasionada, principalmente pelo embargo da Rússia. A retração foi de 47,3%, decréscimo de US$ 3,92 milhões em março de 2011 para US$ 2,06 milhões em 2012, mesmo com o aumento de 186,8% para Hong Kong no período, que saltou de US$ 509,3 mil para US$ 1,4 milhão. Em volume chegou a 26,2% a queda, enviando apenas 1,02 mil toneladas.
“O resultado é reflexo do embargo da Rússia e isso está ajudando a afundar a suinocultura de Mato Grosso ainda mais na crise que vive. Estamos buscando novos mercados para reverter a situação e conversando com o governo do Estado para que veja os nosso problemas de logística e alta tributação, que influência no custo de produção”, comenta o diretor-executivo da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Custódio Rodrigues, que revela um gasto de produção R$ 2,20 a R$ 2,25 o quilo do animal vivo, enquanto na hora de vender o produtor recebe entre R$ 1,60 a R$ 1,65 pelo quilo.
Fonte: Folha do Estado
◄ Leia outras notícias