Publicado em: 27/05/2025 às 19:20hs
Minas Gerais registrou o melhor desempenho da história nas exportações agropecuárias para o período de janeiro a abril. O setor alcançou uma receita de US$ 6,5 bilhões, com 5 milhões de toneladas embarcadas, o que representa 46,8% do total das exportações do estado no quadrimestre.
Os dados fazem parte de um levantamento da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), que mostra ainda um crescimento de 26% na receita em comparação com o mesmo período de 2024. Apesar disso, o volume caiu 6,2%, reflexo de ajustes no mercado e fatores sazonais. A valorização do preço médio das commodities agropecuárias por tonelada foi de aproximadamente 34%.
Com base no desempenho atual e nas tendências de preço, a estimativa é que Minas Gerais feche 2025 com exportações entre US$ 19,5 bilhões e US$ 20,5 bilhões, consolidando o estado como um dos maiores polos agroexportadores do Brasil.
O secretário de Agricultura, Thales Fernandes, ressalta, no entanto, a importância de aguardar os dados do primeiro semestre:
“Esse ponto de inflexão do calendário agrícola é decisivo para avaliar o comportamento das culturas durante a entressafra, bem como os impactos de variações climáticas extremas, logística portuária, conflitos geopolíticos e oscilações nos preços de insumos e de fretes internacionais”, explica.
Minas Gerais segue como o terceiro maior estado exportador de produtos agropecuários do país, atrás apenas de Mato Grosso e São Paulo. No primeiro quadrimestre de 2025, produtos mineiros chegaram a 160 destinos internacionais, com destaque para:
O café continua sendo o carro-chefe das exportações do agronegócio mineiro, com US$ 3,9 bilhões em receita e 10 milhões de sacas comercializadas.
Mesmo assim, o grão foi responsável por 60% da receita total do setor no estado.
A soja, incluindo grãos, farelo e óleo, gerou US$ 1,1 bilhão com 2,9 milhões de toneladas exportadas.
Apesar da pressão nos preços, os dados de abril sugerem uma recuperação gradual, mesmo com o cenário internacional afetado pela guerra comercial entre EUA e China e o início do plantio nos Estados Unidos.
Os ovos registraram crescimento expressivo:
A alta é impulsionada pela demanda norte-americana, que enfrenta uma crise sanitária no setor avícola devido à influenza aviária.
Carnes em alta: aumento de receita e volume em todas as categorias
As exportações de carnes bovina, suína e de frango cresceram tanto em valor quanto em volume:
Carne bovina:
Carne suína:
Frango:
Os produtos florestais (celulose, papel e madeira) atingiram US$ 339 milhões com 559 mil toneladas exportadas, ultrapassando o complexo sucroalcooleiro e ocupando a 4ª posição na pauta de exportações agropecuárias.
A receita do setor sucroalcooleiro caiu 42,5% e o volume exportado diminuiu 38%, totalizando US$ 334 milhões e 711 mil toneladas.
O desempenho negativo reflete os impactos do clima adverso:
Esses fatores prejudicaram o desenvolvimento da cana-de-açúcar, afetando a produção de açúcar e etanol e comprometendo a competitividade do setor no mercado externo.