Publicado em: 09/07/2025 às 11:15hs
No dia 8 de julho, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) lançou a Semana do Alimento Orgânico, com ênfase na promoção da saúde. Para ampliar o diálogo com o público, a Superintendência de Agricultura e Pecuária de São Paulo (SFA-SP) foi às ruas para identificar as dúvidas dos consumidores sobre esses produtos.
Durante as entrevistas, uma das dúvidas mais frequentes foi como garantir que um produto é realmente orgânico. Consumidores de diversas regiões do Estado, incluindo São Paulo, Marília e Tupi Paulista, expressaram essa preocupação.
A chefe do Núcleo de Suporte à Produção Orgânica de São Paulo (Nursorg-SP), Gisele Salvador Garcia, esclareceu que produtos embalados vendidos em supermercados ou lojas especializadas possuem um selo de certificação que atesta sua qualidade, emitido por uma certificadora credenciada.
Já para alimentos vendidos a granel, normalmente encontrados em feiras ou entregues diretamente pelo produtor, o consumidor deve solicitar a declaração de produção orgânica emitida pelo Mapa. Sem essa documentação, o produto não pode ser considerado orgânico.
Outra dúvida recorrente foi sobre a fiscalização dos produtos orgânicos. Segundo Gisele, fiscais do Mapa percorrem pontos de venda e áreas de produção em todo o país para garantir a conformidade dos produtos. Eles coletam amostras para análises laboratoriais que detectam resíduos químicos, assegurando a integridade dos alimentos.
Consumidores também questionaram o porquê dos preços mais altos dos alimentos orgânicos e como torná-los mais acessíveis. A chefe do Nursorg-SP explicou que a produção orgânica demanda cuidados especiais, uso restrito de insumos e é feita em menor escala, o que impacta o custo.
Ela ressaltou que existem políticas públicas para incentivar a compra por parte do poder público, além de iniciativas para integrar alimentos orgânicos na merenda escolar, beneficiando creches, escolas e comunidades.
Luana Santos, consumidora de Adamantina, quis saber se qualquer produtor pode iniciar a produção orgânica. Gisele esclareceu que a conversão é possível para qualquer agricultor, desde que siga as normas do Mapa. Um bom ponto de partida são os cursos de formação oferecidos por instituições especializadas.
Gustavo Mendes, de São Paulo, perguntou sobre a logística e a proximidade da produção orgânica. Gisele informou que há produtores espalhados pelo estado, inclusive nas zonas sul e leste da capital. Apesar de desafios logísticos para atender toda a cidade, os produtores locais conseguem distribuir seus alimentos para os consumidores paulistanos.
Daniele Alvares, de Jaboticabal, questionou se há comprovação científica de que alimentos orgânicos são mais saudáveis que os convencionais. Gisele destacou que existem estudos, mas que ainda são limitados e superficiais.
O que está claro é que alimentos livres de agrotóxicos reduzem a exposição do consumidor a substâncias químicas, preservando a saúde, embora não haja evidências suficientes para afirmar que os orgânicos são mais nutritivos.
Por fim, Gisele enfatizou que alimentos orgânicos não significam apenas ausência de agrotóxicos. Eles também não podem ser transgênicos e devem estar livres de resíduos químicos, incluindo fertilizantes sintéticos. A produção deve ser sustentável e contribuir para a preservação ambiental.
No caso dos produtos de origem animal, a certificação considera práticas que garantam o bem-estar dos animais durante a produção.
Esta iniciativa reforça o compromisso do Ministério da Agricultura em aproximar o consumidor do universo dos alimentos orgânicos, esclarecendo dúvidas e promovendo práticas que valorizam a saúde e o meio ambiente.
Fonte: Portal do Agronegócio
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