Acostumados a trabalhar com o cultivo de maracujá, o grupo de 13 pessoas incrementou a renda e gerou novas oportunidades após participar da qualificação em Horticultura Orgânica desenvolvida pelo Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural entre os meses de junho e agosto deste ano.

Depois de conhecer as técnicas de cultivo, os moradores do Assentamento Nova Aliança criaram a Coooperana – Cooperativa dos Produtores Rurais do Assentamento Nova Aliança, que em pouco mais de cinco hectares de terra já produz hortaliças e leguminosas variadas que em breve serão comercializadas na unidade da Conab – Companhia Nacional de Abastecimento da região. “A cooperativa já existia há cerca de quatro anos, mas estava sem atividades. Depois do curso de horticultura orgânica, aprendemos como cultivar de maneira saudável para consumo e sustento, tornando o cultivo nosso trabalho”, relata Osvaldo Pereira Coutinho, membro da cooperativa.

Segundo o cooperado, antes da formação do grupo de trabalho, cada produtor assentado tinha renda mensal abaixo de R$ 700,00. Com o trabalho coletivo, a expectativa é de R$ 1.200,00 mensais, com as vendas que terão início no final de setembro. “A renda irá aumentar, mas o mais importante é a motivação que o curso nos deu. Trabalhar juntos nos dá força, não nos deixa desistir”, considera.

Dedicação - Outro exemplo de perseverança, Rosenilda Lima Duarte, do Assentamento 7 de Setembro, vizinho à cooperativa, superou todas as dificuldades e também concluiu o curso de Horticultor Orgânico. Aos 31 anos, mãe de dois filhos, sendo um de um ano e sete meses e outro de dois meses, ela cria e sustenta sozinha a família e mesmo assim enfrentava a caminhada diária de três quilômetros para participar das aulas. “Queria muito aprender, participar das aulas para aprender fazer horta e assim poder sustentar meus filhos. Esse curso abriu novos horizontes na minha vida”, garantiu a assentada.

O instrutor do Senar/MS, Carlos Crestani, responsável pelo curso desenvolvido pelo Pronatec – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, destaca o empenho dos alunos de ambos os assentamentos. “Na agricultura familiar, e em especial nos assentamentos, os trabalhadores têm ‘sede’ de aprender. As capacitações estimulam o empreendedorismo e a esperança, mostrando melhores caminhos para agregar possibilidades à renda da família”, considera Crestani.