Publicado em: 21/10/2024 às 09:00hs
Um relatório recente da Forest Declaration Assessment, publicado em 2024, revelou que o mundo não atingiu a meta de eliminar o desmatamento até 2030. Em 2023, o desmatamento excedeu em 45% os níveis necessários para cumprir os objetivos internacionais estabelecidos.
De acordo com o estudo, áreas de florestas equivalentes ao tamanho da Irlanda foram desmatadas no ano passado. A meta de redução para 2023 era de 4,4 milhões de hectares, que não foi alcançada, com as florestas tropicais sendo as mais impactadas, representando 96% do total desmatado. Essa devastação resultou em uma emissão bruta de 3,8 bilhões de toneladas métricas de CO2 na atmosfera.
Entre os fatores que contribuíram para o desmatamento, o relatório destaca a extração comercial de madeira, especialmente em regiões da África, Ásia, América Latina e Caribe. Para mitigar esses danos, o relatório enfatiza a importância do reflorestamento como estratégia para recuperar áreas degradadas e alcançar a meta de eliminação do desmatamento.
Desde 2019, a área destinada ao reflorestamento no Brasil aumentou de 79 mil para 150 mil hectares, segundo a Forest Declaration Assessment. Diversas estratégias de reflorestamento são mencionadas, incluindo os sistemas agroflorestais, que integram a silvicultura. O Brasil ainda possui objetivos nacionais voltados ao combate ao desmatamento ilegal da madeira, e incentivos recentes foram implementados para o setor florestal.
Higino Aquino, fundador e CEO do Instituto Brasileiro de Florestas (IBF), destacou que "o reflorestamento comercial é uma forma de atender à demanda do mercado por madeira e, ao mesmo tempo, contribuir para a redução do desmatamento e das emissões de CO2. O plantio de árvores para a indústria diminui a pressão sobre as florestas nativas."
O IBF mantém um empreendimento florestal em Pompéu, na região central de Minas Gerais, com mais de 5 mil hectares dedicados ao cultivo de madeira de Mogno Africano. Os investidores nesse modelo de negócio têm a oportunidade de obter lucros após um ciclo de crescimento que varia entre 17 e 20 anos.
"Nós temos recebido investimentos internacionais. Há um crescente interesse em produzir madeira que sempre encontra demanda no mercado, sem prejudicar o meio ambiente. A pauta ESG (Ambiental, Social e de Governança) tem se tornado cada vez mais relevante nas decisões de diversificação de carteiras de investimentos", conclui Aquino.
Fonte: Portal do Agronegócio
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