Meio Ambiente

Projeto Olho D’Água é exemplo de Gestão Sustentável da Agricultura

Nesta edição, a Cocari foi a única cooperativa brasileira com case publicado na revista do Mapa


Publicado em: 24/03/2014 às 08:30hs

Projeto Olho D’Água é exemplo de Gestão Sustentável da Agricultura

O Projeto Olho D’Água, desenvolvido pela Cocari – Cooperativa Agropecuária e Industrial, com Sede em Mandaguari-PR, em parceria com a empresa Nortox, com Sede em Arapongas, foi publicado na segunda edição da Revista Gestão Sustentável da Agricultura, uma publicação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), lançada dia 19 de março, em Brasília.

O evento de lançamento foi conduzido pela equipe do Ministério, sendo o secretário executivo, José Gerardo Fontelles; o chefe da assessoria de Gestão Estratégica, João Cruz Reis Filho; e o coordenador geral de Sustentabilidade Ambiental, Renato de Oliveira Brito.

Prestigiaram a solenidade autoridades representantes de órgãos públicos e privados, imprensa e demais convidados de representações diplomáticas. O superintendente da Organização das Cooperativas Brasileiras, Renato Nobile, também prestigiou o lançamento.

A Cocari foi representada pelo presidente Vilmar Sebold e pela assessora de Comunicação da cooperativa, Cláudia Carvalho.

Bons exemplos de sustentabilidade

De acordo com o Mapa, a revista é uma forma encontrada para reunir e tornar conhecidos os bons exemplos de inclusão e prática da sustentabilidade ambiental, tanto da parte de organizações com vínculo com a agricultura brasileira, quanto de produtores rurais.

Nesta edição, a Cocari é a única cooperativa brasileira a fazer parte da publicação, fator que gerou admiração dos participantes do lançamento. Inclusive, o chefe da assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, João Cruz Reis Filho, reforçou isso em entrevista exclusiva à assessora Cláudia Carvalho.

“É muito gratificante ter uma cooperativa selecionada, porque a gente sabe a importância do cooperativismo para o Brasil. O cooperativismo representa uma parcela muito importante da produção agropecuária, é uma forma fantástica de organização dos produtores, e isso tem de ser estimulado. A Cocari está aqui, primeiro por mérito dela e de seus associados, mas também porque na Comissão de Seleção nós enfatizamos que era importante a presença de uma cooperativa, assim como de uma empresa pública, que é o caso da Embrapa, para mostrar que essas iniciativas de sustentabilidade estão se espalhando pelo país. Obrigado à Cocari por terem nos prestigiado com a participação em nossa edição”, agradeceu Reis Filho.

Além da Cocari, tiveram seus cases publicados as empresas: Andef, Fundação Espaço ECO, Banco do Brasil, Embrapa Trigo, Fibria, Korin Agropecuária e inpEV.

Ideias em prática

Vilmar Sebold cumprimentou o Mapa pela iniciativa da publicação. “Cumprimento pela ideia, e por colocá-la em prática, porque sabemos que ideias não colocadas em prática são só sonhos”, disse o presidente. “E esse projeto começou como um sonho, porque naquele primeiro momento existia uma preocupação muito grande dos produtores em função da fiscalização do Estado, de que em área de nascente não se podia mexer de qualquer forma, não se podia causar nenhum tipo de mudança naquilo. Hoje é um grande sucesso e está sendo expandido para o Brasil inteiro, e isso, para nós, é motivo de muito orgulho”, disse. “No cooperativismo nós temos um lema lá no Paraná que é muito forte e diz o seguinte: Nenhum de nós é tão bom, quanto todos nós juntos”, justificou, falando também da parceria fundamental com a Nortox. “Fomos desafiados anos atrás pela Nortox para, em parceria, colocarmos esse projeto em operação, para a proteção das nascentes. E já estamos com 408 minas recuperadas”, destacou Sebold.

Ele falou sobre a parceria da Cocari e Prefeitura de Maringá no lançamento de projeto similar ao Olho D’Água, que deu início à recuperação de nascentes no Parque do Ingá, onde outras nove minas foram identificadas para também receber a proteção. “Temos um orgulho muito grande de dizer que já temos a Prefeitura de Maringá como parceira nossa, o Parque do Ingá, que é considerado o cartão postal de Maringá para turismo, nós fizemos a recuperação daquelas nascentes, ou seja, a proteção de tal forma que elas não tenham nenhum tipo de contaminação”, salientou. “Se nós conseguirmos, dentro de um projeto, claro, cada vez maior, proteger as nascentes do país, nós teremos rios com águas mais potáveis, rios com águas mais limpas e é óbvio que a sociedade, como um todo, será beneficiada. Esse é o desafio”, completou o presidente da Cocari.

Outras responsabilidades

Sebold fez um breve resumo sobre as atividades da Cocari no Paraná e em Goiás, sobre os demais projetos socioambientais desenvolvidos pela cooperativa e do reconhecimento que isso tem dado à Cocari. “A Cocari é uma cooperativa com foco nos resultados, mas com uma preocupação grande no lado social também”, afirmou. “Temos diversos programas e inscrevemos esse não para participar e ganhar. Fizemos um programa, em parceria com a Nortox, no sentido de termos responsabilidade sobre isso, como acontece com todos os outros. Temos orgulho de por três anos consecutivos termos sido laureados com a Certificação Chico Mendes de Responsabilidade Socioambiental. E para nós, que trabalhamos no agronegócio, ter o reconhecimento do Instituto Chico Mendes é realmente relevante”, frisou Sebold.

Parceria dá bons frutos

O diretor executivo da Nortox, Humberto Amaral, fez questão de acompanhar o presidente da Cocari ao lançamento. Ele falou da importância da parceria com a cooperativa e desse momento para a Nortox. “A Nortox agradece a oportunidade de estar aqui. A Cocari é muito importante para a Nortox. Quando houve essa iniciativa, nós procuramos a Cocari, porque achamos que seria uma empresa de fácil acesso, que poderíamos começar um projeto desse próximo da nossa região e que isso iria se multiplicar e dar bons frutos. As minas vêm sendo recuperadas e nós vamos ser parceiros em Goiás também”, informou.

Avanço da agricultura e da sustentabilidade

O secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Gerardo Fontelles, parabenizou as empresas pelas iniciativas publicadas, falando da evolução da política agrícola nos últimos 40 anos e dos avanços tecnológicos que permitiram tal evolução. “Essa etapa de sustentabilidade nada mais é do que a sequência e a consequência do aperfeiçoamento e da integração da sociedade brasileira na agricultura. Evoluímos tecnologicamente, do ponto de vista de produção e produtividade e, na mesma magnitude, no sentido da sustentabilidade”, analisou o secretário executivo. “Parabéns para vocês, por darem continuidade ao trabalho que vêm se desenvolvendo ao longo dos anos, e essa é a ponta da equação entre a produção e o equilíbrio, através da sustentabilidade”, frisou José Gerardo Fontelles.

Equação fácil

O chefe da assessoria de Gestão Estratégica do Mapa, João Cruz Reis Filho, falou em nome do ministro Neli Geller, da satisfação do Ministério da Agricultura, em estimular práticas sustentáveis. “Costumamos encontrar algumas críticas da capacidade da agricultura de produzir com sustentabilidade, e para nós é uma equação bastante fácil de ser solucionada. É possível sim, e pela segunda vez abrimos um edital para identificar essas iniciativas bem sucedidas de sustentabilidade, para análises públicas, e mostrar que podemos, de fato, ter uma agricultura cada vez melhor, que a regra é a agricultura sustentável, e não há exceção”, observou.

Referência

Reis Filho comentou o processo de abertura do edital para publicação. “Foi aberto um edital, que tinha prazo para inscrição das propostas, constituímos uma comissão julgadora, com especialistas do Mapa, tanto da nossa área como da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, que é parceira nesta iniciativa. Foram selecionados os relatos, fizemos reunião, tomamos a decisão de ser uma edição bilíngue, porque como a agricultura brasileira é líder mundial, é importante para que nossos clientes, nossos competidores tenham conhecimento do que se faz, e que se faz bem feito aqui no Brasil. Hoje temos a grata satisfação de estar lançando essa publicação”, anunciou.

Ele destacou a importância de publicar as iniciativas praticadas pelas empresas. “Temos de divulgar, cada vez mais, os casos de sucesso dessa gestão sustentável no agronegócio, isso serve para ser referência, sensibilizar e orientar tanto produtores quanto entidades a adotarem a sustentabilidade nas suas atividades”, explicou. “Outro objetivo também é ampliar os canais de diálogo entre o Mapa, os setores e a sociedade, as nossas equipes das câmaras setoriais fazem isso muito bem, foram nossos parceiros na divulgação. Com isso vamos construindo as parcerias do setor público com o privado”, afirmou o chefe da assessoria de Gestão Estratégica do Mapa.

Revista será permanente

O coordenador geral de Sustentabilidade Ambiental do Mapa, Renato de Oliveira Brito, anunciou que a revista Gestão Sustentável da Agricultura terá publicação permanente. “Essa publicação começou como um piloto dentro do Ministério, e hoje conseguimos ver como uma ação permanente se tornou uma publicação de periodicidade anual, mais instituições estão sendo envolvidas”, disse Brito, informando também que o edital para a publicação de 2015 já foi lançado, para que mais instituições possam participar. A terceira edição terá versão trilíngue (português, inglês e espanhol). “Um dos objetivos dessa publicação é justamente fortalecer o processo de internacionalização das ações do Ministério da Agricultura. As instituições já podem se inscrever, até 31 de agosto. O lançamento está previsto para o primeiro trimestre de 2015”, informou. “Agradeço aos que estão aqui, porque sem vocês essa publicação não faria sentido”, acrescentou Renato de Oliveira Brito.

Sustentabilidade é regra

João Cruz Reis Filho reforçou aos jornalistas que o objetivo central da publicação é de acelerar as práticas sustentáveis. Segundo ele, a expectativa é de aumentar ano a ano o número de cases publicados, contemplando pelo menos mais oito iniciativas. “Temos uma comissão avaliadora dessas propostas, nós vamos colocar as mais impactantes. Esperamos que no ano que vem a publicação tenha repercussão ainda maior. Queremos dar uma publicidade internacional para essas iniciativas, para mostrar que a agricultura brasileira se preocupa, sim, com a sustentabilidade”, salientou.

Motivo de orgulho

O superintendente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Renato Nobile, disse ver com orgulho o reconhecimento da Cocari, por meio da publicação do Mapa. “São exemplos e práticas das cooperativas sendo referências. Esse é um momento muito oportuno da cooperativa e nós nos inserimos com a responsabilidade de órgão de representação das cooperativas, irmanados com a Ocepar e aqui no sistema nacional”, apontou. “É uma oportunidade maravilhosa de mostrar para esse público, que é o grande formador de opinião dos processos produtivos e de comercialização do agronegócio, esse exemplo praticado pela Cocari”, enfatizou Nobile.

A Revista Gestão Sustentável da Agricultura é uma iniciativa da Coordenação-Geral de Sustentabilidade Ambiental (CGSA), da Assessoria de Gestão Estratégica (AGE). A obra reúne casos bem sucedidos de instituições privadas, públicas e de produtores ligados à agricultura, que tenham a gestão sustentável inserida e exercitada em suas atividades.

Foram impressas 5 mil exemplares da revista. Cada instituição participante receberá 150. Universidades, centros de pesquisa, iniciativa privada, outras instituições públicas também receberão a publicação, que será disponibilizada ainda em PDF para download.

A primeira edição teve mais de 20 mil acessos solicitando a versão em PDF.

Olho D’Água: resultado de ações simples

O Projeto Olho D’Água é uma aposta da Cocari na qualidade de vida dos cooperados e das futuras gerações. A proposta é restaurar as nascentes nas propriedades dos cooperados, melhorando a qualidade de vida e conscientizando os produtores do cuidado com o meio ambiente. Lançado em 2009, o projeto já recuperou mais de 400 minas e o cadastro de espera não para de crescer.

A Cocari pretende que cada propriedade de sua área de ação, mais de 20 municípios no Paraná e em Goiás, tenha sua nascente com água pura, boa para o consumo humano e para o uso nas atividades rurais.

A 408ª mina recuperada pelo Projeto Olho D’Água está localizada em Mandaguari, na propriedade do cooperado José Hélio Ribeiro de Carvalho. Ele tem duas minas na propriedade e conta que a vazão é muito boa, mas que a falta de proteção tornava a água suja, principalmente em dias de chuva. “Quando chovia não dava para usar, a água ficava barrenta”, esclarece. “E a água é usada para tudo. Tanto em casa, quanto para o gado”, reforça. O produtor disse ainda que em períodos de seca, as minas da vizinhança ficavam sem água e ele acaba fornecendo água para os produtores vizinhos, tão boa é a vazão da mina de sua propriedade. E agora, restaurada, não mais apresentará risco de sujeira ou contaminação.

Multiplicadora – Essa iniciativa chamou a atenção de prefeituras e a Cocari, certa de que boas ideias devem ser disseminadas, passou a atuar também como multiplicadora, apoiando e treinando funcionários dos municípios interessados: Maringá-PR; São Pedro do Ivaí-PR; Jandaia do Sul-PR; Lunardelli-PR; Mandaguari-PR; e Lorena-SP.

Fonte: Imprensa Cocari

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