Publicado em: 12/11/2025 às 13:30hs
Um projeto de pesquisa desenvolvido no Paraná tem revelado importantes descobertas sobre a saúde dos ambientes aquáticos continentais do Estado. A iniciativa faz parte do NAPI Biodiversidade: Serviços Ecossistêmicos, programa apoiado pela Fundação Araucária, que busca aproximar ciência e sociedade na preservação dos recursos naturais.
O trabalho tem como objetivo compreender os impactos da ação humana sobre rios, lagos e reservatórios de água doce, ecossistemas fundamentais para a manutenção da vida, o equilíbrio climático, a produção de alimentos e o sustento de comunidades locais.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 80% das águas residuais do planeta retornam à natureza sem tratamento, o que afeta diretamente a qualidade da água e a biodiversidade. No Paraná, assim como em outras regiões do país, os ambientes aquáticos enfrentam ameaças crescentes, como a poluição, o excesso de nutrientes, a introdução de espécies exóticas e as mudanças no uso do solo.
Esses fatores têm provocado alterações na composição biológica e química das águas, impactando tanto a fauna quanto as atividades econômicas que dependem desses ecossistemas.
Com base em análises científicas, o projeto NAPI desenvolveu protocolos de monitoramento que avaliam desde a biodiversidade — envolvendo fitoplâncton, zooplâncton, macroinvertebrados e peixes — até a qualidade da água, com medições de parâmetros como fósforo, nitrogênio, oxigênio dissolvido e transparência.
O estudo também inclui a avaliação de atividades pesqueiras, tanto profissionais quanto amadoras, além da detecção de contaminantes e microplásticos em organismos aquáticos.
Entre os principais resultados, os pesquisadores destacam a identificação de espécies de algas que reduzem a qualidade da água em determinadas bacias hidrográficas do Estado, especialmente na região noroeste do Paraná.
Outro ponto de atenção revelado pela pesquisa é a presença de contaminantes e microplásticos em peixes, o que representa riscos à fauna aquática e à segurança alimentar humana.
Esses achados reforçam a importância de políticas públicas e práticas produtivas sustentáveis voltadas à proteção dos ecossistemas de água doce, que são essenciais para a economia, o abastecimento e o bem-estar das populações ribeirinhas.
O projeto também acompanha de perto a dinâmica da pesca no Paraná. Os dados obtidos mostram a relevância da pesca profissional, responsável pelo abastecimento de comunidades e mercados locais, e o crescimento da pesca amadora, que ganha espaço como atividade econômica e de lazer.
Essas informações ajudam os pesquisadores a entender o nível de pressão sobre os estoques pesqueiros, contribuindo para a formulação de estratégias de manejo sustentável.
A coordenadora do projeto e pesquisadora da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Claudia Bonecker, ressalta que a proposta do NAPI é conciliar conservação ambiental e uso sustentável dos recursos hídricos.
“Monitorar de forma contínua a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos permite antecipar riscos, reduzir impactos e subsidiar decisões estratégicas para a gestão da água e da pesca no Paraná”, destacou.
Ela enfatiza que proteger rios e peixes é também proteger a segurança alimentar, a economia e a qualidade de vida das comunidades. O estudo ainda reforça o papel do Paraná como referência nacional em inovação científica e conservação ambiental.
Mais informações sobre o projeto e outras ações do NAPI Biodiversidade: Serviços Ecossistêmicos podem ser acessadas no site oficial: napibiodiversidade.eco.br.
Fonte: Portal do Agronegócio
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