Quando o solo é bom, a safra é boa. Isso parece óbvio, mas para acontecer, a terra precisa estar bem tratada. Especialmente no Brasil, por causa do alumínio, o solo é bastante ácido, dificultando o crescimento das raízes. Esse problema, aliado à baixa capacidade de retenção de água desses solos, limitam a produtividade, principalmente nas regiões onde é mais frequente a ocorrência de veranicos. Para o crescimento acontecer, as raízes necessitam de diversos elementos, como os macronutrientes (carbono, nitrogênio, cálcio, magnésio, etc.) e micronutrientes (ferro, cobre, zinco, manganês, boro, molibdênio etc.). Porém, algumas dessas substâncias que se encontram saturadas no solo, não estão necessariamente disponíveis às plantas, como é o caso do cálcio e do magnésio. A aplicação de calcário corrige o solo, porém, somente ele não basta para nutrir a demanda de Ca e Mg para formação de uma planta saudável e resistente, isto pode ser comprovado através de análise foliar.

Felizmente, começam a entrar no mercado os ferticorretivos, que solucionam este problema, disponibilizando os nutrientes que a planta precisa para seu desenvolvimento. Segundo o engenheiro agrônomo Fabiano Lenzi, saturar o solo com cálcio e magnésio não é o suficiente. “Muito mais do que corrigir o solo, também é necessário fertilizá-lo com cálcio e magnésio, corrigindo a acidez em profundidade. Temos que ferticorrigir o solo”, declara.

A utilização deste insumo na fertilidade do solo gera aumento de produtividade das culturas, favorecendo a viabilização econômica de pequenos e grandes agricultores. Ainda segundo Lenzi, o aumento dos índices de produtividade das culturas brasileiras está diretamente ligado a uma maior absorção de cálcio e magnésio pela planta, pois estes elementos estão intimamente ligados à vida vegetativa, mas pouco se fala sobre isso.

Porém, é importante lembrar que o uso eficiente desses insumos exige um diagnóstico correto para evitar futuros problemas de fertilidade do solo e nutrição de plantas antes da ação do ferticorretivo. Alguns dos cuidados que se devem ter são análises de solos, análise foliar, detecção dos sintomas de deficiência de nutrientes e a qualidade dos fertilizantes e corretivos agrícolas.

Fabiano Lenzi, engenheiro agrônomo