Meio Ambiente

Agricultor brasileiro usa água corretamente na produção de alimentos. dificuldade está no modelo em vigor que eleva os custos de produção

Coordenador de SuAssessoria de Comunicação CNAstentabilidade da CNA diz que é preciso acabar com o mito de que o produtor rural é perdulário no uso da água na irrigação


Publicado em: 25/08/2015 às 14:00hs

Agricultor brasileiro usa água corretamente na produção de alimentos. dificuldade está no modelo em vigor que eleva os custos de produção

É preciso acabar com o mito segundo o qual o produtor rural faz uso indevido da água no plantio de grãos, uma vez que o “agricultor usa água para produzir alimentos e essa operação envolve um elevado custo econômico que provoca forte impacto no custo final da cadeia produtiva”, afirmou o Coordenador de Sustentabilidade da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Nelson Ananias Filho, durante os debates do seminário “Água em Debate, uso sustentável da água na agricultura: desafios e soluções”, ocorrido nesta terça-feira, (18/08) na sede da entidade em Brasília.

Para o especialista da CNA, além do fato de o agricultor usar a água como um bem econômico na produção de alimentos, não é possível esquecer os custos financeiros adicionais, caso da utilização da energia elétrica na irrigação, cujo custo praticamente dobrou nos últimos dois anos, e já representa quase 40% do gasto final do agricultor nos projetos de irrigação.

Nelson Ananias aproveitou a oportunidade e informou que estudos recentes, da Universidade de Campinas/Instituto Esalq, (SP), mostraram que o potencial de áreas irrigáveis no Brasil é de 47 milhões de hectares, e não de 60 milhões, conforme dados anteriores, tendo em vista as áreas de proteção ambiental e outras restrições para o plantio definidas no recente Código Florestal, aprovado em 2013 pelo Congresso Nacional.

Meta ainda conservadora - A área irrigada no Brasil atualmente alcança 6 milhões de hectares. E a meta oficial é aumentar esse total em 1,5 milhão de hectares no decorrer dos próximos quatros anos, informou durante o Seminário o Coordenador Geral de Infraestrutura Rural e Logística da Produção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Demetrios Christofidis. Segundo o representante do Mapa esta é “uma projeção conservadora e o país poderá superar a projeção”. O Brasil ainda está distante dos “gigantes” Índia e China que possuem as mais extensas áreas irrigadas do planeta.

De acordo com o representante da CNA, a agricultura irrigada tem vantagens comparativas em relação à de sequeiro. A agricultura irrigada gera um Valor Bruto da Produção (VBP) 110% a mais, em comparação ao modelo tradicional de plantio. Assim é que se o país conseguir irrigar todos os 47 milhões de hectares de terras disponíveis, será possível garantir um VBP de R$ 152 bilhões, montante superior em 73% aos números atuais.

Na opinião do Coordenador de sustentabilidade da CNA, existem vários desafios a serem vencidos para tornar a irrigação no Brasil ainda mais competitiva. Um deles está relacionado aos gargalhos existentes na logística. A situação atual impede o acesso às propriedades para aporte de insumos e escoamento da produção. Outro obstáculo está no custo da energia elétrica nos projetos de irrigação, cujas tarifas encarecem o custo final do agricultor.

O licenciamento ambiental é outro dado importante no modelo de irrigação. As normas vigentes dificultam a intervenção do produtor nos cursos d’água para promover a “reservação”. Segundo Nelson Ananias, “esta intervenção não somente garante água para o sistema produtivo, mas também para o abastecimento humano”. Enfim, avalia, “a água existe em quantidade suficiente no Brasil, o que falta é gerenciamento, mais pesquisas e valorização do produtor rural”.

Fonte: Assessoria de Comunicação CNA

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