A reunião proposta pelo deputado Penna (PV-SP) tratou dos investimentos da Empresa em pesquisa na área de agricultura orgânica.

Durante a audiência, o diretor apresentou as linhas gerais da gestão de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) na Embrapa. Ele abordou as suas várias vertentes de atuação para a agricultura orgânica que, segundo o Censo Agropecuário do IBGE, de 2006, representa 1,8% dos estabelecimentos rurais do Brasil. De acordo com informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa, em 2011, havia 11.524 unidades certificadas, representando 1,55 milhão de hectares. Isso leva o País à posição de terceiro lugar nesse tipo de produção, atrás da Austrália e da Argentina.

"Ladislau Martin destacou a importância da agricultura orgânica na programação de P&D da Embrapa ao citar que o tema “Sistemas de Produção de Base Ecológica” é uma das prioridades da agenda da Empresa. Segundo ele, mais de 20% dos recursos de projetos são destinados ao financiamento de estudos em agroecologia e no desenvolvimento de tecnologias para agricultura orgânica. “É um percentual extremamente importante da nossa carteira de gestão da pesquisa”, informou.

Além disso, o diretor acentuou que a temática está presente em outras iniciativas de pesquisa, como a fixação biológica de nitrogênio, o controle biológico e os recursos florestais nativos. Conforme explicou, são pesquisas que compõem outros grandes arranjos de projetos e geram tecnologias utilizadas tanto pela agricultura tradicional, como por sistemas agroecológicos, como os orgânicos.

O diretor de P&D da Embrapa ressaltou ainda as tecnologias e informações geradas para esse segmento. Indicação de cultivares, insumos e práticas agropecuárias para a agricultura orgânica, além da sistematização, em bases científicas, de experiências agroecológicas em várias regiões do Brasil foram alguns dos resultados citados. Ele, porém, ressaltou o desafio de ampliar da base científica dos sistemas de produção, bem como aumentar a adoção dessas tecnologias pelos produtores dos diversos segmentos.

Para Ladislau Martin, a superação desses desafios pode levar o Brasil a consolidar sua posição como potência agrícola, energética e ambiental.